Trump afirma ter ameaçado realizar um ataque à Rússia caso a Ucrânia fosse invadida, revelando um trecho de áudio

Gravação de evento privado em campanha de reeleição de 2024 contém menções a diálogos com o presidente russo.

09/07/2025 17:15

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Trump afirma ter ameaçado realizar um ataque à Rússia caso a Ucrânia fosse invadida, revelando um trecho de áudio
(Imagem de reprodução da internet).

Donald Trump afirmou em um encontro privado com doadores em 2024 que, em uma ocasião, tentou convencer o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a não atacar a Ucrânia, ameaçando “bombear Moscou com tudo” em retaliação, conforme um áudio divulgado pela CNN.

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“Com Putin, eu disse: ‘Se vocês entrarem na Ucrânia, vou bombardear Moscou com tudo. Estou dizendo que não tenho escolha’”, afirmou Trump durante um evento de arrecadação de fundos em 2024, de acordo com a gravação.

Então [Putin] disse: “Não acredito em você. Mas ele acreditou 10% em mim”, comentou o presidente.

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Trump comentou posteriormente que emitiu um alerta parecido com o do presidente da China, Xi Jinping, sobre uma possível invasão de Taiwan, afirmando que os EUA bombardeariam Pequim em retaliação.

Ele considerou que eu era insano, afirmou o republicano sobre Xi, antes de notar que “nunca tivemos problemas”.

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Trump mencionou as conversas com Putin e Xi Jinping para argumentar que teria evitado os conflitos na Ucrânia e em Gaza, caso tivesse estado no cargo em vez de Joe Biden – uma declaração que ele persiste em repetir enquanto busca finalizar as duas guerras.

Trump faz declarações que revelam seu posicionamento mais direto.

Os comentários, realizados durante a tentativa de Trump de obter um segundo mandato, estão entre os registrados em uma série de gravações de eventos de arrecadação de fundos de 2024 em Nova York e na Flórida.

As gravações foram obtidas posteriormente pelos jornalistas Josh Dawsey, Tyler Pager e Isaac Arnsdorf.

Os três relataram alguns dos diálogos presentes no livro “2024: How Trump Retook the White House and the Democrats Lost America”. O áudio não havia sido divulgado anteriormente.

A equipe de Trump não se manifestou sobre o conteúdo das gravações.

A gravação revela um aspecto mais acessível de Trump, que ele se dispôs a expor, por meio de encontros privados, para atrair investidores de alto poder aquisitivo.

Ele abordou não apenas sua estratégia de política externa, por vezes agressiva, mas também a deportação de estudantes e sua visão de que “os defensores do bem-estar social” sempre votariam nos democratas.

Descontentamento com Putin e manifestações pró-palestina

Na terça-feira (8), o presidente dos Estados Unidos reiterou a frustração com a resistência de Putin a um acordo de paz, afirmando que o líder russo estava proferindo “muita besteira” contra os EUA.

“Não estou satisfeito com Putin. Estou muito descontente com eles”, declarou ele durante uma reunião de gabinete.

Em um evento de captação de recursos, Trump afirmou ter persuadido aliados abastados a fazer doações de dezenas de milhões de dólares para sua campanha. Em outra ocasião, ele prognosticou os esforços de seu governo para deportar estudantes, além de relatar interações com líderes estrangeiros.

“Eu faria expulsar do país qualquer estudante que protestasse”, declarou Trump em outro evento privado de arrecadação de fundos, prometendo reprimir manifestações pró-palestina em universidades.

Declarou que essas pessoas cometeram um grande erro, sugerindo que sua expulsão do país resolveria a situação.

Após um doador manifestar preocupação de que alguns estudantes “governariam este país”, Trump pressionou a plateia a “ser realmente generosa” em ajudá-lo a ser eleito.

Afirmou que reverteria aquela situação em 25 a 30 anos.

O ex-presidente Trump tem se esforçado para realizar essa promessa desde sua posse, o que gerou uma série de contestações judiciais acerca do alcance da campanha de deportações em massa do governo – inclusive contra estudantes que a administração federal tentou cancelar.

Pressão para doações milionárias durante campanha

Em outra ocasião de arrecadação de fundos, Trump instou os participantes a fazerem doações adicionais para sua campanha, alegando que os republicanos estavam em desvantagem devido a que “aqueles que trabalham com assistência social sempre votam nos democratas”.

“Os sindicatos contribuem significativamente com doações, os servidores públicos também fornecem grande quantia de dinheiro e desfrutam de benefícios como assistência social. A única coisa que digo aos meus amigos judeus: vocês precisam garantir que eles comecem a votar nos republicanos”, afirmou.

Durante o evento, Trump também afirmou ter persuadido um doador rico a aumentar sua oferta de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) para um almoço com ele, elevando o valor para US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 137 milhões).

Ele fez isso, me deu 25 milhões de dólares. É inacreditável, afirmou.

O então candidato presidencial republicano declarou ter conseguido, também, que outros doassem significativamente mais do que haviam previsto.

“Preciso ter a coragem de pedir. Preciso fazê-los adotar essa mentalidade”, concluiu.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.