Cidadãos procuravam por sustento, de acordo com relatos e autoridades; forças armadas alegam ter realizado disparos para intimidar.
Tropas israelenses abriram fogo contra civis da Faixa de Gaza que procuravam alimentos, resultando na morte de pelo menos 32 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino e relatos de testemunhas.
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A pasta informou que os corpos foram encaminhados ao Complexo Médico Nasser, acompanhados de dezenas de feridos.
Um vídeo da CNN exibiu fileiras de cadáveres. Um homem, carregando seu filho morto, declarou: “Ele só queria comer, o que eu poderia fazer?”.
Não se sabe com precisão o local dos disparos. Uma testemunha presente no local, Hisham Dargam, relatou que o incidente ocorreu aproximadamente quatro quilômetros de um ponto de distribuição de assistência gerenciado pela GHF (Fundação Humanitária de Gaza), organização financiada por Israel e pelos Estados Unidos.
Soldados e tanques abriram fogo, como se estivéssemos em uma batalha.
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As forças israelenses relataram que soldados identificaram indivíduos e os abordaram durante uma operação na área de Rafah, a aproximadamente um quilômetro de um local de assistência, “à noite, quando não está em atividade”.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que os militares realizaram disparos de advertência e estavam investigando relatos de vítimas.
A GHF assegurou não ter ocorrido nenhum incidente em ou perto de qualquer um de seus locais de distribuição no sábado (19).
A organização comentou que a atividade das FDI, que causou fatalidades, ocorreu horas antes da abertura de nossas instalações e, segundo o que se sabe, a maioria das vítimas ocorreu a vários quilômetros do local mais próximo do GHF.
A informação indicou que foram emitidos avisos para indivíduos que procuram assistência, não viajarem para seus locais durante a noite ou nas primeiras horas da manhã.
Contudo, diversos moradores de Gaza informaram à CNN que necessitam se deslocar para os pontos de distribuição várias horas antes da abertura para terem a chance de receber assistência.
A alimentação em Gaza é insuficiente e há registros de mortes por falta de comida, segundo múltiplas avaliações da ONU.
A grande parte dos habitantes do território palestino não possui meios de transporte, sendo necessário percorrer longas distâncias para alcançar os centros da GHF.
O médico do hospital Nasser, Travis Melin, destacou que muitas das vítimas no sábado apresentavam ferimentos de bala graves no tronco e na cabeça.
Desde maio, com o início das operações do GHF, centenas de pessoas perderam a vida enquanto buscavam assistência em Gaza, de acordo com informações da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos).
O relatório indicou que cerca de 800 indivíduos perderam a vida dessa maneira, entre 30 de maio e 7 de julho, sendo 615 mortos próximos às instalações da GHF.
“Alimentação aqui é um privilégio para poucos”, declarou o Dr. Melin na CNN.
Se você tiver a sorte de ter dinheiro sobrando, você é o único que pode comprar comida de verdade. Todos estão indo para esses locais de massacre, mesmo sabendo que isso envolve um perigo considerável.
O diretor de comunicações da UNRWA, a agência das Nações Unidas que oferece assistência aos refugiados palestinos, declarou à CNN que o sistema atual de distribuição de ajuda em Gaza é uma “armadilha mortal para palestinos famintos”.
Solicita-se que a organização seja novamente autorizada a conduzir os esforços de assistência.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.