Tribunal suspende decisão de Trump que proibia estudantes internacionais em Harvard

A decisão da Casa Branca, divulgada na quarta-feira (4), visava impedir a entrada no país da maioria dos novos estudantes internacionais, ademais, alegava-se que os alunos já matriculados corriam risco de ter seus vistos revogados.

06/06/2025 6:41

3 min de leitura

CAMBRIDGE, MASSACHUSETTS - MAY 29: A graduate's cap reads "Learn to Change the World" during Harvard's commencement ceremony on May 29, 2025, in Cambridge, Massachusetts. The joyous occasion unfolds amid escalating tensions between Harvard and the Trump administration, which has ordered the cancellation of federal contracts valued at approximately $100 million.   Libby O'Neill/Getty Images/AFP (Photo by Libby O'Neill / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
CAMBRIDGE, MASSACHUSETTS - MAY 29: A graduate's cap reads "Learn to Change the World" during Harvard's commencement ceremony on May 29, 2025, in Cambridge, Massachusetts. The joyous occasion unfolds amid escalating tensions between Harvard and the Trump administration, which has ordered the cancellation of federal contracts valued at approximately $100 million. Libby O'Neill/Getty Images/AFP (Photo by Libby O'Neill / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Um tribunal suspendeu temporariamente a medida mais recente de Donald Trump para restringir a matrícula de estudantes estrangeiros em Harvard, em meio à intensificação da disputa entre o presidente dos Estados Unidos e uma das universidades de maior prestígio do mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A decisão emitida pela Casa Branca na quarta-feira (4) visava proibir a entrada no país da maioria dos novos alunos internacionais de Harvard e afirmava que os já matriculados enfrentavam o risco de ter o visto revogado. “A conduta de Harvard transformou-a em um destino inadequado para estudantes e pesquisadores estrangeiros”, declarava a ordem.

A universidade modificou rapidamente uma denúncia apresentada a um tribunal federal e afirmou que este “não é o primeiro esforço da administração para separar Harvard de seus estudantes internacionais”.

A instituição argumentou que a medida fazia parte de uma campanha organizada e crescente de retaliações por parte do governo, como uma clara vingança pelo exercício de Harvard de seus direitos protegidos pela Primeira Emenda ao rejeitar as exigências do governo de controlar a governança, o plano de estudos e a “ideologia” de seu corpo docente e de seus estudantes.

A juíza Allison Burroughs determinou na quinta-feira que a administração Trump não pode aplicar a ordem. Segundo ela, Harvard demonstrava que, sem uma ordem de restrição temporária, enfrentava o risco de sofrer “um dano imediato e irreparável antes que houvesse a oportunidade de ouvir todas as partes”. A magistrada já havia bloqueado a tentativa anterior de Trump de impedir que estudantes internacionais se matriculassem na instituição de ensino.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O presidente americano tornou-se o principal alvo da campanha contra a Universidade de Harvard, acusando-a de antissemitismo por tolerar manifestações pró-palestina e implementar políticas de diversidade, inclusão e igualdade.

O governo congelou cerca de 3,2 bilhões de dólares em subsídios federais e contratos com a instituição da Ivy League, além de excluí-la de futuros auxílios e ameaçar anular suas isenções fiscais. Trump também direcionou o foco aos estudantes internacionais de Harvard, que representam 27% do total de matriculados para o ano letivo de 2024-2025 e constituem uma fonte significativa de receitas.

A Harvard admitiu que Trump tinha poder para impedir a entrada de um grupo de estudantes estrangeiros, caso a medida fosse vista como de interesse público, mas ressaltou que não era o caso da última decisão. “as medidas do presidente não foram tomadas para proteger os ‘interesses dos Estados Unidos’, mas para efetuar uma vingança contra Harvard”, afirmou.

Embora a medida afete potenciais novos estudantes, os alunos que já estudam na universidade mais antiga do país, localizada em Cambridge, perto de Boston (nordeste), não sabem se poderão voltar após as férias de verão. Um estudante indiano da Harvard Kennedy School of Government, que preferiu não revelar seu nome por medo de represálias, disse que “sabíamos que seria um verão longo”, mas que “ainda não recebemos nada da Harvard”, o que “não é surpreendente, embora seja preocupante”.

A conduta representa mais uma demonstração autoritária de abuso de poder do governo, que pune estudantes internacionais por frequentarem uma universidade que se recusa a atender às exigências da administração. Alfred Williamson, aluno do segundo ano de Física e Políticas Públicas, avaliou a situação. Desde que retomou a presidência, Trump tem colocado o mundo acadêmico no centro das atenções, em especial as universidades de elite, que ele também acusa de possuir viés de esquerda. A secretária de Educação de Trump, Linda McMahon, também ameaçou na quarta-feira revogar o credenciamento da Universidade de Columbia, que, ao contrário de Harvard, já cedeu às exigências do governo para preservar seus recursos.

Publicado por Luisa Cardoso com informações da AFP

Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.