Tribunal Supremo dos EUA permite ações contra imigrantes em Los Angeles
O aumento das atividades nos locais em que latino-americanos atuam tem gerado controvérsia desde o início de junho.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, com uma maioria conservadora, permitiu, na segunda-feira 8, que o governo do presidente Donald Trump retomasse suas ações contra a imigração irregular no sul da Califórnia.
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Em julho, e em agosto, um tribunal federal proibiu, até novo despacho, a imigração (ICE, sigla em inglês) de prender indivíduos em Los Angeles e região com base em um ou mais dos quatro fatores mencionados.
Esses elementos abrangiam sua presença em locais específicos, frequentemente ligados à mão de obra imigrante – como pontos de ônibus, lava-jatos, serralherias e áreas agrícolas –, o tipo de atividade exercida, o uso da língua espanhola ou inglesa com sotaque estrangeiro, ou ainda suas características étnicas.
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A intensificação das operações nesses locais onde latino-americanos trabalham gerou polêmica desde o início de junho em Los Angeles, provocando manifestações violentas e o envio da Guarda Nacional por Donald Trump. A medida foi criticada pelo governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom.
As instâncias judiciais, tanto as primeiras quanto as de segunda instância, julgaram essas prisões, buscas ou revistas como indevidas à Quarta Emenda da Constituição americana, que exige, no mínimo, “uma suspeita razoável”.
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Contudo, na segunda-feira, o Supremo Tribunal (com nove juízes no total) suspendeu essa proibição, contrariando os três progressistas, até que o tribunal de apelações julgue o mérito ou que este intervenha.
O Supremo não justificou sua decisão, mas um dos conservadores, Brett Kavanaugh, afirmou, ao apoiar a decisão, que “a imigração ilegal é especialmente acentuada na região de Los Angeles”, com uma proporção de imigrantes irregulares estimada em 10% da população.
Em nome dos três progressistas, a juíza Sonia Sotomayor, a primeira latina nomeada para a Suprema Corte, expressou sua oposição. “Não deveríamos ter que viver em um país onde o governo pode prender qualquer pessoa que pareça latina, fale espanhol e apresente um emprego de baixa remuneração”, escreveu, criticando os conservadores por criar, com sua decisão, “um status de cidadão de segunda classe”.
A imigração, mesmo que irregular, oferece mão de obra essencial ao setor agrícola dos EUA: 42% dos trabalhadores agrícolas não possuem autorização para trabalhar no país, conforme um estudo do Departamento da Agricultura de 2022.
A administração Trump sustenta que os gastos irregulares para as finanças públicas e o efeito sobre a segurança nacional são excessivos.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.