Tribunal Eleitoral oficializa Paz Pedraza e Quiroga como vencedores do segundo turno das eleições na Bolívia

O senador de centro-direita Rodrigo Paz e o ex-presidente conservador Jorge Quiroga enfrentaram-se no segundo turno em 19 de outubro na Bolívia, após terem obtido os maiores votos no primeiro turno presidencial de domingo, conforme o resultado final do Tribunal Superior Eleitoral.

Com 100% dos votos apurados, Paz obteve a primeira colocação com 32% dos votos válidos. Quiroga ficou em segundo lugar com 26,7%, informou a autoridade eleitoral em sua página oficial nesta quinta-feira.

Os números iniciais já indicaram que ambos os candidatos avançariam para a fase seguinte.

Ninguém obteve mais de 50% dos votos válidos ou 40% com uma vantagem de dez pontos percentuais sobre o candidato mais próximo, o que levou à realização do segundo turno.

Este será o primeiro segundo turno disputado na Bolívia desde que esse mecanismo foi incorporado em 2009. Até então, o de esquerda Movimento ao Socialismo (MAS) havia vencido todas as eleições presidenciais no primeiro turno.

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Samuel Doria Medina, o milionário, obteve 19,6% dos votos, ficando em terceiro lugar nas pesquisas anteriores.

Os bolivianos compareceram às urnas em 17 de agosto, em cenário de crise econômica acentuada. A inflação anual atingiu cerca de 25% em julho.

A esquerda, penalizada nas eleições, deixará o poder após 20 anos. Ela chegou com Evo Morales (2006-2019) e seguiu com Luis Arce (2020-2025), que posteriormente se tornou seu principal opositor.

Paz e Quiroga anunciam transformações no modelo vigente de orientação estatista adotado pelo MAS. As medidas incluem cortes significativos em subsídios, diminuição de impostos e a modernização da livre circulação de produtos.

Andrônico Rodríguez, o candidato mais votado da esquerda, alcançou o quarto lugar com 8,5%. Eduardo del Castillo, representante do oficialismo, obteve 3,1%.

O ex-presidente Evo Morales, com 65 anos, teve sua participação na disputa por um quarto mandato barrada por decisão judicial que restringe a possibilidade de mais de um período consecutivo no cargo.

Morales promoveu uma campanha pelo voto nulo a partir de um pequeno povoado da região cocalera do Chapare, onde se encontra sob uma ordem de prisão por um caso de tráfico de uma menor, acusação que ele nega.

Os votos inválidos alcançaram o máximo de 19,8%, o valor mais elevado desde 2002.

A distribuição oficial das cadeiras parlamentares será divulgada na semana seguinte, após a totalização de todos os votos para presidente e Congresso.

Fonte por: Carta Capital