A juíza dos EUA determinou, na sexta-feira (22), a libertação de Kilmar Abrego, o imigrante cuja deportação injusta para seu país natal, El Salvador, o transformou em símbolo das políticas de imigração do presidente Donald Trump.

Abrego, com 30 anos, foi deportado em 15 de março para El Salvador, apesar de uma decisão do tribunal de imigração de 2019 que o eximiu de retorno devido ao risco de perseguição por gangues.

O imigrante foi levado novamente aos Estados Unidos em junho para responder a acusações criminais de transporte de migrantes em situação irregular nos EUA.

O incidente gerou repercussão, considerando a atitude do governo Trump, que por vários meses não adotou nenhuma ação visível para sua devolução, mesmo após o reconhecimento de um órgão de que a deportação representava um “erro administrativo” e a ordem de um juiz federal para facilitar seu retorno.

Abrego se apresentou inocente. Seus advogados solicitaram ao juiz distrital Waverly Crenshaw, em Nashville, Tennessee, que rejeitasse as acusações, alegando que os promotores o atacaram indevidamente em retaliação por ter movido uma ação judicial contestando a deportação injusta.

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Em dezembro passado, o Judiciário dos EUA determinou que ele não representava ameaça à comunidade nem risco de fuga. Contudo, sua soltura foi postergada por um mês.

A defesa teme que, após a soltura da prisão, Abrego seja detido pela imigração e, em seguida, deportado para outro país.

A juíza distrital dos EUA Paula Xinis, em Greenbelt, Maryland, que supervisiona o processo civil de Abrego onde ele contesta a legalidade de sua deportação, determinou desde então que as autoridades notificassem seus advogados com três dias de antecedência antes de enviá-lo a um terceiro país, para que estes tivessem a oportunidade de contestar a remoção.

Abrego residia em Maryland com a esposa, seu filho e duas filhas antes de ser deportado.

Sua equipe jurídica contratou uma empresa de segurança privada para levá-lo de volta a Maryland, onde você se apresentaria a um oficial de supervisão pré-julgamento após sua soltura.

Abrego não permanecerá livre por muito tempo. Uma vez em Maryland, autoridades de imigração podem levá-lo sob custódia e iniciar um processo de deportação. O governo pode tentar devolvê-lo para o México ou para o Sudão do Sul.

Fonte por: CNN Brasil