Tratado “Oceano Silencioso”: 37 países anunciam iniciativa para combater a poluição sonora nos oceanos
Impulsionada pelo Panamá e pelo Canadá, a coligação se comprometeu a enfrentar uma ameaça significativa, embora não visível: o ruído proveniente do transporte marítimo, que afeta diversas espécies.

Em Nice (sudeste da França), uma coligação de 37 países, com Panamá e Canadá à frente, comprometeu-se na segunda-feira (9) a combater uma ameaça, embora invisível: a poluição sonora do transporte marítimo, que afeta inúmeras espécies marinhas. Baleias, golfinhos, peixes… muitas espécies são prejudicadas por essa poluição submarina, que interfere em sua capacidade de se orientarem, comunicarem, caçarem, reproduzirem e evitarem predadores. Os membros da coligação, incluindo França, Grécia e Portugal, anunciaram um “Oceano Silencioso”, comprometendo-se a avançar no projeto e na operação de embarcações mais silenciosas.
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Frequentemente, a questão do ruído nos oceanos tem sido negligenciada no debate ambiental global. Com esta colaboração, comprometemo-nos a agir de forma decisiva para proteger a biodiversidade marinha dessa ameaça invisível, porém poderosa, declarou Juan Carlos Navarro, ministro do Meio Ambiente do Panamá, citado em um comunicado. “O oceano é um mundo acústico onde o som é sinônimo de sobrevivência; a vida marinha depende dele para se comunicar, navegar e encontrar alimento. A poluição sonora de origem humana sufoca esses sons vitais, mas a solução está ao nosso alcance”, destacou Carlos Bravo, especialista da ONG OceanCare.
Os integrantes da coligação também se comprometem a incorporar ações de diminuição de ruído na criação e administração de suas áreas marinhas protegidas, além de implementar soluções para reduzir o som das embarcações visando a salvaguardar a vida marinha. O ruído gerado pelas hélices de navios, a exploração petrolífera, os sonares militares ou a construção de turbinas eólicas no mar pode se propagar por longas distâncias subaquáticas, segundo o WWF. As belugas podem identificar os sons emitidos por navios quebramelhoras a distâncias de até 85 quilômetros, o que as leva a entrar em pânico e a fugir. Outros mamíferos marinhos modificam seu comportamento diante do estresse acústico. A poluição sonora oceânica também afeta peixes e tartarugas marinhas.
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Com informações da AFP
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Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.