Transplante e Imortalidade: O que diz a declaração de Xi e Putin

Especialista discorre sobre a plausibilidade de afirmações acerca da imortalidade proferidas pelo chefe do governo chinês e pelo presidente russo em mei…

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(Imagem de reprodução da internet).

Na semana passada, uma discussão entre o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin, gerou repercussão após os governantes discutirem transplantes de órgãos e a viabilidade de humanos viverem até 150 anos. O médico Phillip Bachour, presidente da Comissão de Transplante de Órgãos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, detalhou as perspectivas sobre essa questão.

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A noção de que seriam realizados transplantes repetidos e que isso poderia resultar em imortalidade ou uma vida significativamente mais longa do que a prevista é uma concepção fantasiosa, distante da realidade. Ao abordar o tema da longevidade, ao considerar os centenários, observa-se que estes geralmente apresentam poucas doenças ao longo da vida. Provavelmente não necessitariam de transplante. São pessoas saudáveis quase que inteiramente durante a vida, adoecem uma única vez e falecem próximo desse evento. Diferente de quem tem falência orgânica.

Segundo o médico, a ciência pode comprovar que indivíduos que praticam atividade física regular e possuem bom condicionamento, massa muscular e alimentação adequada apresentam maior longevidade.

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O transplante de órgãos aumenta a sobrevida, mas não no sentido de prolongar a vida indefinidamente. Ele é indicado para pacientes com falência orgânica. Por exemplo, se a pessoa tem falência do fígado, o transplante aumenta sim a expectativa de vida, mas não significa que viverá mais que pessoas sem transplante.

Ele também comparou a afirmação do chinês sobre humanos viverem até 150 anos com as possibilidades, por exemplo, da existência de carros voadores ou de morar em Marte.

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Diante de experimentos iniciais em xenotransplante – transplante de órgãos de animais em humanos – que estão gerando potenciais vias para salvar vidas, o médico também explicou se isso poderia tornar factível a longevidade mencionada por Xi Jinping.

O xenotransplante já foi aprovado em experimentos pelo FDA, porém ainda é cedo para avaliar seus impactos. Cada órgão apresenta uma expectativa de vida diferente: rins podem durar décadas, enquanto pulmões raramente sobrevivem mais de quatro anos.

O especialista enfatiza que, quando um paciente necessita de transplante, ele já está doente há anos, e mesmo com o novo órgão, não retorna a ser completamente saudável.

Não existem estudos científicos que confirmem a ideia de transplantes como forma de aumentar a longevidade da população em geral. Eles otimizam a sobrevivência de quem já está doente, mas não alteram o cenário populacional.

As declarações dos líderes foram transmitidas ao vivo pela emissora estatal chinesa CCTV para outras mídias.

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Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.

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