Trama da novela exibida pela Globo teve desfecho trágico com falecimento de sua escritora em transmissão de 42 anos

Há 42 anos, a última novela de Janete Clair (1925 – 1983) chegou às telas da Globo. A autora escreveu parte de “Eu Prometo” antes de falecer devido às complicações de um câncer de estômago. A emissora de maior audiência retomou o horário das 22h para exibir a trama.

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A nova grade de horários da Globo

Nilson Xavier, do Teledramaturgia, recordou que a grade das 22h estava desativada há pelo menos cinco anos. Janete era uma grande figura da faixa das 20h, com produções de destaque como O Astro e Irmãos Coragem. Clair enfrentava problemas de saúde há quatro anos, com diagnóstico de câncer no intestino, porém persistia em sua atividade profissional, levando a emissora a preservar sua programação de maior receita, conforme apontou o jornalista.

Xavier ressaltou que a trama foi adaptada para apresentar um andamento mais lento, em contraposição aos capítulos de 45 minutos, que eram comuns na época. Os episódios de “Eu Prometo” tinham duração de 30 minutos, e a exibição ocorreu de segunda a sexta-feira, e não aos sábados.

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A morte de Janete Clair e a troca de autoria

Com 58 anos, a escritora faleceu em 16 de novembro de 1983. Gloria Perez coordenou o projeto e Dias Gomes (1922 – 1999), marido de Clair, atuou como supervisor. Em entrevista ao projeto Autores, Histórias da Teledramaturgia, Memória Globo, a autora de O Clone revelou: “Janete escreveu no hospital, até o último minuto (…). Ela ditava o capítulo que lhe competia e eu apenas anotava. Ela sabia que estava morrendo (…). Como nos encontramos diariamente, acompanhei passo a passo o seu agravamento. Quando Janete considerou que não alcançaria o final da novela, ela me deu instruções sobre como desejava que a história terminasse (…). Foi combinado com Dias Gomes, viúvo de Janete, que eu escrevcesse os capítulos e ele os apresentasse. Tudo ocorreu de forma tranquila, nunca precisei reescrever nada.

A autora foi homenageada no último capítulo da obra, em 17 de fevereiro de 1984: Eternamente, de Gal Costa (1945 – 2022), com a exibição de fotos da autora e do elenco. Uma frase de Janete também foi apresentada: “Eu gostaria que o ser humano acreditasse que existe uma força capaz de mudar sua vida. É bom confiar em si mesmo e esperar um novo amanhecer.”

Marcos Oliveira

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.

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