Trabalhadores Plataformizados Superam Média de Renda, Mas com Jornadas Mais Longas
Os trabalhadores que atuam em plataformas digitais conseguiram uma renda mensal superior à média dos demais ocupados no setor privado do Brasil. No entanto, isso ocorreu devido a jornadas de trabalho significativamente mais longas.
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Consequentemente, a remuneração por hora trabalhada foi inferior. Os dados são do módulo Trabalho por meio de plataformas digitais – 2024, da Pnad Contínua, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (17).
Rendimento e Horas Trabalhadas
Em 2024, o rendimento dos trabalhadores em plataformas digitais foi de R$ 2.996, representando um aumento de 4,2% em relação à média de R$ 2.875 dos não plataformizados. Contudo, esses trabalhadores cumpriram uma carga semanal de 44,8 horas, enquanto os não plataformizados trabalharam 39,3 horas por semana.
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Como resultado, os trabalhadores de aplicativos e plataformas receberam R$ 15,4 por hora, um valor 8,3% inferior aos R$ 16,8 por hora dos não plataformizados. O IBGE destacou que a jornada habitual dos trabalhadores plataformizados era, em média, 5,5 horas mais longa que a dos demais ocupados.
Informalidade e Proteção Social
A categoria também se destacou pela alta taxa de informalidade e pela falta de proteção social. Apenas 35,9% dos trabalhadores plataformizados contribuíam para a previdência social, enquanto esse percentual era de 61,9% entre os não plataformizados.
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Em 2024, 71,1% dos trabalhadores plataformizados estavam na informalidade, comparado a 43,8% entre os não plataformizados. O IBGE ressaltou que as plataformas digitais exercem controle significativo sobre a organização do trabalho e a remuneração, apresentando desafios em relação às condições de trabalho.
Perfil dos Trabalhadores e Rendimento dos Entregadores
Os dados mostraram que a maioria dos trabalhadores plataformizados era do sexo masculino, com 83,9% de homens e 16,1% de mulheres. Além disso, 59,3% tinham níveis intermediários de escolaridade, variando de ensino médio completo a superior incompleto.
Cerca de 86,1% dos ocupados plataformizados eram trabalhadores autônomos. No segmento de entrega, os entregadores apresentaram rendimentos médios mais baixos, com um ganho médio de R$ 2.340 em 2024, quase metade dos R$ 4.615 obtidos por outros trabalhadores que utilizavam esses aplicativos.
O IBGE informou que havia 485 mil trabalhadores plataformizados utilizando aplicativos de entrega, sendo 274 mil entregadores e 211 mil em outras funções, incluindo aqueles que usavam plataformas para captar clientes e realizar vendas de serviços e produtos.