Tomada de Gaza: Identificação do comandante do Exército de Israel que se opõe à operação

Eyal Zamir expressou preocupação em expor sequestrados ao risco e sobrecarregar o exército israelense.

08/08/2025 12:48

5 min de leitura

Tomada de Gaza: Identificação do comandante do Exército de Israel que se opõe à operação
(Imagem de reprodução da internet).

Eyal Zamir, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses que se opõe à tomada total de Gaza, é o mais recente de uma longa lista de generais a discordar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

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Zamir teme colocar em risco a vida dos reféns restantes e fazer um exército exausto ficar preso na Faixa de Gaza, declarou ao premiê durante uma reunião intensa na terça-feira (5), embora espere que ele assuma as últimas áreas do território sitiado se receber ordem para tal.

Durante uma fala na quinta-feira, em preparação para a reunião do gabinete de guerra de Netanyahu, Zamir defendeu o direito de manifestação em nome dos militares, afirmando que a cultura do debate é “parte inseparável da história do povo judeu”.

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Ele também afirmou que os militares agora possuem a capacidade de estabelecer uma nova realidade de segurança ao longo da fronteira. “Nossa intenção é derrotar o Hamas e continuar operando com nossos reféns em mente”, disse ele.

A percepção dos palestinos sobre o Zamir é de uma dura realidade, distinta da sua imagem. Eles já o conhecem por reprimir os distúrbios em Gaza em 2018, quando mais de 150 pessoas faleceram. Agora, consideram-no o responsável pela destruição total no território.

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Corda bamba

O desafio que ele enfrenta agora, defendendo uma doutrina ou política que ele realmente não apoia, será bastante complexo, afirmou Michael Milshtein, do Centro Moshe Dayan de Estudos do Oriente Médio e da África da Universidade de Tel Aviv.

Milshtein afirmou que, como ex-secretário militar de Netanyahu, promovido a vice-chefe do Estado-Maior em 2018 e ao cargo mais alto no início deste ano, Zamir deve estar bem posicionado para defender seu ponto de vista.

Apesar de outros altos escalões do exército, Zamir não sofreu as consequências dos erros graves de segurança no ataque transfronteiriço do Hamas contra comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, um ataque considerado o maior revés militar de Israel.

Ele também é o comandante-em-chefe de um exército que ascendeu em importância nacional após ter derrotado o Hezbollah libanês no ano passado e neutralizado grande parte do programa nuclear iraniano e da liderança da Guarda Revolucionária em junho.

Os sucessos de Israel em ambos os conflitos restabeleceram sua reputação como hegemonia militar do Oriente Médio, gerando um sentimento de orgulho nacional pela derrota do Hezbollah, com apoio do Irã, e pelo enfraquecimento de Teerã.

Apesar das divisões políticas internas terem diminuído a confiança em Netanyahu para 40% em uma pesquisa israelense no mês passado, mais de 68% dos entrevistados expressaram confiança em Zamir.

Contudo, o exército israelense tem recebido críticas crescentes de diversos setores, inclusive de importantes aliados ocidentais, devido à condução da guerra em Gaza, marcada por destruição em massa, fome iminente e um elevado número de vítimas civis.

Zamir já expandiu o conflito em Gaza desde que substituiu Herzi Halevi, que renunciou ao cargo de chefe do Estado-Maior em janeiro após o ataque do Hamas em 7 de outubro.

Após Israel romper o cessar-fogo com o Hamas em março, intensificou suas operações terrestres em Gaza. Zamir declarou que as tropas “continuarão até quebrar a capacidade de combate do inimigo até derrotá-lo onde quer que opere”.

Soldado de Tanques

Zamir começou sua extensa trajetória militar no exército blindado após se juntar em 1984, liderando tanques durante um período em que as forças israelenses estavam intensamente engajadas na ocupação do sul do Líbano.

Posteriormente, liderou uma unidade de doutrina e treinamento militar, contribuindo para a definição do pensamento estratégico israelense, antes de comandar a 7ª Brigada do Exército e, em seguida, a 36ª Divisão.

Durante seu período como chefe do Comando Sul de 2015 a 2018, ele liderou a atuação dos militares em resposta a protestos semanais de milhares de moradores de Gaza que se aproximavam da barreira de segurança com Israel, decorrentes de um bloqueio parcial de mercadorias e indivíduos implementado desde 2005, após a retirada das forças israelenses e colonos da faixa costeira.

Mais de 150 manifestantes foram mortos, com palestinos afirmando que as vítimas estavam sem armas e Israel classificando-os como agitadores.

Um jovem de Gaza, ferido em manifestações de 2018 aos 16 anos, que se identificou como Basel, declarou por telefone: “Não fazemos distinção entre os líderes israelenses. Zamir é como todos os outros. Um criminoso de guerra.”

O extenso percurso de Zamir recebeu elogios consideráveis de Netanyahu e seus ministros após sua nomeação, porém, a dificuldade em conciliar as exigências da cúpula política com as demandas de um exército sobrecarregado logo se tornou evidente.

Em abril, veículos de comunicação israelenses noticiaram confrontos entre o chefe de gabinete e ministros do governo, especialmente aqueles da extrema-direita na coalizão de Netanyahu, que buscavam uma postura mais firme em relação a Gaza.

Durante a guerra, generais israelenses manifestaram preocupações quanto a um conflito contínuo, com militares da reserva sendo mobilizados incessantemente e as forças assumindo o controle de um território devastado e com uma população ressentida.

“Do ponto de vista militar, não é uma missão muito complicada ocupar toda a Faixa de Gaza. Mas está claro que, no momento em que essa ocupação for concluída, significa que as Forças de Defesa de Israel (IDF) serão responsáveis por 2 milhões de palestinos”, disse Milshtein.

Fonte por: CNN Brasil

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