Teatro de Contêiner Mungunzá e Desocupação de Terreno na Cracolândia
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) alterou o prazo para que a companhia teatral Mungunzá deixe o terreno onde está instalada na região da Cracolândia. Inicialmente, a ordem era de 180 dias, mas o desembargador Renato DelBianco reduziu o prazo para 90 dias. A decisão ocorre após um longo impasse entre a companhia e a prefeitura, que busca desocupar o local para a construção de habitações sociais e populares.
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Novo Prazo e Reações da Companhia
O produtor Marcos Felipe, integrante da Mungunzá, expressou surpresa com a nova decisão, considerando o processo “injustificável”, já que não há obras contratadas para o terreno. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) ofereceu um novo terreno, com 1.043 metros quadrados, mas a companhia argumenta que ele não atende às suas necessidades, sendo inadequado para a atividade teatral.
Apoio da Prefeitura e Investigações
A prefeitura já havia investido R$ 2,5 milhões em apoio às atividades da companhia, por meio de editais públicos, o que a companhia considera evidência da qualidade do trabalho realizado no teatro. No entanto, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito civil para investigar o prefeito Ricardo Nunes por possível improbidade administrativa, devido à ordem de despejo.
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Tentativa de Demolição e Reações do Meio Artístico
Antes da decisão do TJSP, a companhia teatral denunciou que funcionários de uma empresa terceirizada, contratada pela prefeitura, tentaram iniciar a demolição do prédio anexo ao teatro, mesmo com uma liminar judicial em vigor. A ação foi interrompida após os artistas registrarem boletim de ocorrência. A situação gerou forte reação do meio artístico, com figuras como Marieta Severo e Fernanda Torres se manifestando contra a ação da Guarda Civil Metropolitana, comparando-a à ditadura militar.
