TJ-RJ compra 320 carros blindados; segurança de magistrados em foco e vítima do ataque é lembrada

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) realizou um investimento significativo, comprando 320 modelos Toyota RAV4 blindados por um valor de R$ 131,9 milhões. A previsão de conclusão da entrega dos veículos é até março de 2026. Essa decisão estratégica visa garantir a segurança de magistrados e membros do judiciário.

Os veículos blindados serão utilizados por desembargadores, juízes que atuam em varas criminais e na área da execução penal, além de jurados convocados para participar de julgamentos envolvendo organizações criminosas. A administração do Tribunal justificou a compra após uma série de incidentes de risco envolvendo magistrados.

Um dos episódios citados foi o ataque sofrido em março pela juíza Tula Corrêa de Mello, que utilizava um veículo blindado para escapar de uma situação de perigo. Infelizmente, o marido da juíza, o policial civil João Pedro Marquini, que dirigia outro veículo, não sobreviveu ao ocorrido.

O TJ-RJ planeja leiloar os 279 veículos da frota atual, que atualmente consiste em Corollas e Jettas, com um lance inicial baseado na tabela Fipe, buscando recuperar parte dos recursos investidos. A renovação da frota ocorre a cada cinco anos, seguindo uma resolução que estabelece medidas de proteção.

Análises técnicas conduzidas pelo TJ-RJ indicaram que a compra dos veículos blindados é mais econômica do que a locação. Atualmente, o Tribunal utiliza apenas 35 veículos desse tipo, todos alugados. Os cálculos apontam que, ao final de 60 meses, o custo por unidade seria cerca de R$ 326 mil menor.

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O modelo escolhido foi considerado adequado para receber blindagem de nível superior, superando a proteção oferecida pelos veículos atuais. A decisão reflete uma preocupação crescente com a segurança da magistratura.

Segundo dados da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), o mercado de veículos blindados no Brasil tem apresentado um crescimento notável. No primeiro semestre de 2025, foram registradas 22.425 novas adaptações, representando um aumento de 11,5% em relação ao mesmo período de 2024.

A maior parte dessas adaptações, cerca de 84%, concentra-se em São Paulo, com outros estados como Rio de Janeiro e Ceará também apresentando um aumento na demanda por blindagens.

A Abrablin destaca que a maioria das adaptações realizadas corresponde ao nível 3-A, capaz de resistir a disparos de armas curtas de maior potência. No entanto, a procura por proteções mais robustas, como o nível 3 –que suporta tiros de fuzil–, tem crescido especialmente no Rio de Janeiro.