Clebson Ferreira de Paula Vieira, ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça, informou ao STF que recebeu uma solicitação para relacionar regi…
Clebson Ferreira de Paula Vieira, ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça, declarou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que obteve ordens para elaborar um mapeamento de dados que ligassem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à facção criminosa Comando Vermelho. Na época, o ministério estava sob a liderança de Anderson Torres, indicado por Jair Bolsonaro (PL).
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Clebson é uma das testemunhas apontadas pela PGR (Procuradoria Geral da República) para depor nesta segunda-feira (14.jul.2025), quando a Corte inicia a audição das testemunhas de defesa e acusação das ações penais sobre a tentativa de golpe de Estado.
O servidor público foi ouvido em audiência em maio deste ano e reiterou as instruções que recebeu da então secretária de Segurança Pública do ministério, Marília Ferreira de Alencar, referentes à identificação de áreas onde o então candidato Lula obteve mais de 75% dos votos no primeiro turno eleitoral.
Um dos locais exigia uma análise específica: foi solicitado o cotejamento de dados estatísticos de votos em regiões controladas pelo Comando Vermelho no Rio de Janeiro, com o objetivo de determinar se os votos a Lula eram predominantes nessas áreas.
Clebson havia enviado uma mensagem à sua então esposa sobre uma demanda “daquelas”.
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Clebson declarou que a mensagem significava: “Camila é minha esposa, era minha ex-esposa, e às vezes eu mantinha contato com ela quando surgia alguma questão com viés político, referente a tentar ajudar o governo”. Ele afirmou que se sentia desconfortável com tais demandas.
Clebson também declarou que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) empregou os dados coletados por ele para conduzir bloqueios durante o segundo turno das eleições de 2022, em 30 de outubro de 2022.
Onde Lula possuía mais de 75% da área, houve pressão nas adjacências de trânsito, não só nas cidades, mas nas vizinhanças.
Ao coletar os dados e obter um resultado de 75% acima do esperado, observou-se um grande volume de pontos no Nordeste e relatos de que eleitores estavam sendo impedidos de votar devido a congestionamentos significativos. Ele percebeu que uma cidade do seu estado enfrentava essa situação.
O STF iniciou, às 9h10 desta 2ª feira, a audição de testemunhas de defesa e acusação nos Apelas (Ações Penais) 2693, 2696 e 2694 (Núcleos 2, 3 e 4, respectivamente) da tentativa de golpe de Estado. A sessão será conduzida até 23 de julho, por videoconferência.
Aqui está o cronograma:
A etapa de instrução consiste na produção das provas para acusação e defesa. As testemunhas de defesa foram designadas pelos advogados dos réus.
Núcleo 2
Núcleo 3
Núcleo 4
Todos os acusados respondem pelos crimes de:
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.