Na entrevista concedida ao programa CNN Esportes S/A deste domingo (14), o diretor-executivo da Sportheca, Gustavo Verginelli, avaliou o cenário atual das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no Brasil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Os clubes devem monitorar os novos desafios e transformações no modelo de gestão do futebol no Brasil, conforme o COO.
A área, para o profissional de inovação no esporte, vive um novo momento.
LEIA TAMBÉM!
Atualmente, estamos observando o início do que denominamos a terceira onda de SAFs.
Verginelli argumenta que a primeira fase se caracterizou pelas chamadas “SAFs da salvação”, em que clubes com dificuldades financeiras, como o Cruzeiro, obtiveram investimentos de personalidades ou empresários para reformular sua administração.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A segunda onda se verificou com a chegada de grupos internacionais ao futebol brasileiro.
Ele mencionou exemplos como a aquisição do Bahia pelo Grupo City, a negociação do Botafogo com a Eagle e o caso do Vasco, que ainda possui entraves judiciais após um acordo com a 777 Partners.
Black Friday nos Clubes
O CBO afirmou que investidores internacionais, que possuem maior capacidade financeira, identificam clubes brasileiros renomados com marcas significativas, porém subvalorizados financeiramente.
“Os clubes estão participando da Black Friday”, declarou.
Verginelli destacou que essa ação pode gerar consequências culturais e sociais relevantes.
Se não houver mudança de perspectiva, isso terá um grande impacto em algo muito relevante para a cultura e para a sociedade, e porque o brasileiro, como nação, considera que (…) o futebol é o mais importante, afirmou, citando Milton Neves.
Também foi destacado o perigo da concentração do poder de gestão nos clubes do Brasil por meio de grupos estrangeiros.
Em breve, todas as grandes empresas com dificuldades financeiras serão adquiridas por conglomerados estrangeiros. Assim, perdemos o controle do que acontecerá nos próximos 10 ou 15 anos, pois podem ser parte de um projeto maior e precisar se sacrificar em algum momento. É importante que o torcedor compreenda essa possível renúncia.
Nova Tendência Foca em Estabelecimentos de Porte Médio e Reduzido
O especialista ressaltou que a terceira onda impacta clubes menores, que não recebem grandes investimentos.
As SAFs da terceira onda, como as observamos, são de clubes menores e medianos, que necessitam de agilidade, de governança, de inovação e de maior receita. Eles não podem adotar o mesmo modelo de SAFs que envolvem grandes aportes financeiros, pois não contam com essa disponibilidade de recursos.
Para Verginelli, a principal dificuldade das SAFs reside em descobrir novos modelos de receita e na promoção do envolvimento dos torcedores.
Elas precisam ser mais ágeis, mais inovadoras, e gerar receita, o que atualmente não ocorre. São necessárias tecnologia, mas não apenas governança financeira. É preciso se transformar em uma empresa de entretenimento com uma equipe. É preciso oferecer outras experiências para o público mais jovem. Dessa forma, se inicia a sedução, no sentido positivo, de outras microtransações que hoje não são realizadas.
Gustavo mencionou, entre outras opções, soluções digitais que podem fortalecer o vínculo entre o clube e seus torcedores.
Desta forma, é possível influenciar positivamente essa SAF, nesta terceira onda, ao apresentar outras experiências ou conteúdos, e outras oportunidades de consumo em um ambiente tecnológico com o qual o usuário já está familiarizado.
CNN Esportes S/A
Com Gustavo Verginelli, diretor da Sportheca, o CNN Esportes S/A atinge a 108ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa explora os bastidores de um mercado que gera bilhões e é um dos mais rentáveis do mundo: o esporte.
Atualmente, os temas mais relevantes do universo do futebol, sob a ótica econômica e empresarial.
Em quatro anos, o Botafogo alcança da derrota na Série B à vitória sobre o PSG.
Fonte por: CNN Brasil