Esta semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o Brasil visa desenvolver a terapia CAR-T contra o câncer em território nacional, por meio de uma parceria com os países do Brics.
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A terapia, que emprega as células do próprio paciente para combater o tumor, é vista como um avanço significativo, e tem se mostrado promissora no tratamento de cânceres que atingem a corrente sanguínea.
A terapia CAR-T apresenta um custo elevado, podendo atingir R$ 3 milhões por paciente. Um dos motivos para esse alto valor é a dependência de países estrangeiros, visto que os únicos laboratórios especializados nesse tratamento estão localizados nos EUA e na Europa.
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Qual é a terapia CAR-T?
O tratamento inovador contra o câncer emprega as células do sistema imunológico do paciente, que são geneticamente alteradas para combater as células cancerosas.
As drogas são células vivas, conhecidas como terapia celular, que otimizam o sistema de defesa do paciente para que este realize a cura através da eliminação das células cancerosas, explicou Renato Cunha, hematologista e líder nacional de terapia celular da Oncoclínicas.
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Em um processo semelhante à hemodiálise, denominado aférese, as células T são removidas do sangue do indivíduo e enviadas para laboratórios especializados, onde serão modificadas geneticamente. Essas células são recolocadas na corrente sanguínea do paciente, com a função de se multiplicar e atacar as células que formam tumores.
As células geneticamente modificadas obtêm a habilidade de “enxergar” e eliminar as células cancerígenas, identificando onde estão os “inimigos” que estavam contornando os mecanismos de resistência do sistema de defesa do paciente, completou o hematologista.
Limitações e obstáculos
Atualmente, o tratamento se restringe a doenças hematológicas específicas, como leucemia, linfoma e mieloma múltiplo. Os resultados têm se mostrado positivos nesses casos.
Para tumores sólidos, como os que ocorrem no câncer de pulmão, mama, estômago e pâncreas, os resultados ainda são limitados.
O principal obstáculo da terapia CAR-T, contudo, é o seu alto custo: o tratamento completo pode variar entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões por paciente. Para Renato Cunha, esse valor se justifica pelo fato de ser uma abordagem personalizada e por ainda necessitarmos de laboratórios internacionais para realizar a modificação genética.
A nacionalização do tratamento proposto por Padilha pode ser uma solução para o último fator e uma forma de diminuir os custos.
Fonte por: CNN Brasil
