Temer alerta sobre tarifas: Brasil deve evitar “guerra de ruas” e “choque”

Ex-presidente considera a taxação “inadequada” e manifesta-se sobre a suspensão de vistos para ministros do STF como “preocupante”.

24/07/2025 2:03

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O ex-presidente Michel Temer (MDB) criticou na quarta-feira (23.jul.2025) a alta alíquota de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e considerou “lamentável” a revogação do visto norte-americano do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

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O bom senso e o cálculo estratégico devem prevalecer sem jamais se transformar em confronto que torne a situação uma briga de rua, de brasileiros contra brasileiros, de país contra país.

O ex-presidente, que nomeou Moraes ao Supremo em 2017, justificou o diálogo como solução e declarou-se “profundamente entristecido”.

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Declarou, profundamente entristecido com a elevação desproporcional aplicada aos nossos produtos e pela lamentável remoção de vistos dos ministros da Suprema Corte, o que é injustificável e inaceitável.

A tensão entre os governos dos presidentes Donald Trump (Partido Republicano) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou em 9 de julho.

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Na ocasião, o parlamentar republicano divulgou uma taxa restritiva em relação ao Brasil e assegurou que a análise do Supremo Tribunal Federal sobre a tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é improcedente.

Temer defendeu a necessidade de agir com soberania, sem excessos, após sugerir que o STF reavalie as penas aplicadas aos condenados pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023.

É preciso, acima de tudo, buscar o entendimento, construir consensos, buscar convergências, buscar união […], o que mantém a democracia viva e um país soberano. E tudo isso deve começar dentro de casa para depois atravessar fronteiras, declarou.

Veja (2min39s):

Ouça o discurso completo de Temer.

Ao longo do tempo, sempre defendemos a pacificação do país. Em momentos que nada parece estar favorável, em que tudo se distancia de uma solução, de estarmos sob uma tempestade, é preciso buscar refúgio no diálogo seguro.

Na turbulência, mais do que nunca, devemos buscar entendimento, construir consensos, buscar convergências, buscar união, respirar respeito. É isso que mantém a democracia viva e um país soberano. E tudo isso deve começar dentro de casa para depois atravessar fronteiras.

Expressa minha profunda tristeza diante do aumento desmedido aplicado aos nossos produtos e pela lamentável extinção de vistos dos ministros da Suprema Corte, o que é injustificável e inaceitável. São inadequações que não se solucionam com discursos vazios, ameaças, contra-argumentos ou agressões.

A solução reside no diálogo entre nações, sobretudo entre as nações parceiras. E o diálogo se estabelece pelos mais diversos meios: pela diplomacia tradicional, pelo contato dos legislativos e, naturalmente, pela interlocução entre os chefes dos respectivos governos. É difícil? No caso, pode ser, mas não pode deixar de ser tentado.

É preciso vivermos um instante em que a ação responsável e a experiência não são negligenciadas, devem ser exercitadas. Em tempos difíceis, sejamos racionais. O bom senso e o cálculo estratégico devem predominar, sem que haja uma escalada que transforme a situação em uma disputa de rua, de brasileiros contra brasileiros, de país contra país.

Devemos agir e responder como uma nação livre e soberana que somos. Sem excessos de nenhum lado e sempre rigorosamente orientados pelos tratados internacionais e pela nossa Constituição. É o meu desejo. Obrigado e um mundo melhor para todos.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.