Telescópio James Webb detecta auroras em exoplaneta sem estrela
Telescópio James Webb detecta auroras em exoplaneta sem estrela, em primeiro boletim meteorológico revelador.
Descoberta Revolucionária: Auroras em Exoplaneta Gigante Jovem
Uma equipe de astrônomos do Trinity College Dublin, na Irlanda, fez uma descoberta surpreendente ao observar o objeto subestelar SIMP-0136 com o Telescópio Espacial James Webb (JWST). Mesmo sem orbitar uma estrela, o objeto errante exibiu auroras polares, um fenômeno normalmente associado a planetas como a Terra ou Júpiter. Essa descoberta representa o primeiro “boletim meteorológico” de um objeto externo ao Sistema Solar.
Análise Detalhada da Atmosfera Extraterrestre
O estudo, publicado na revista Astronomy & Astrophysics, revelou variações de temperatura, nuvens e auroras, indicando uma atmosfera dinâmica e complexa. A precisão dos instrumentos do JWST foi fundamental para mapear pequenas variações no brilho de SIMP-0136 enquanto ele girava em seu eixo, em um curto dia de 2,4 horas, detectando sinais de uma aurora aquecendo a atmosfera superior do objeto, semelhante ao que ocorre em Júpiter.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Inversão Térmica e Nuvens Inesperadas
Esse aquecimento pode explicar a curiosa inversão térmica, ou seja, a atmosfera fica mais fria perto da superfície e mais quente conforme a altitude aumenta, algo totalmente oposto ao padrão terrestre. É possível que o fenômeno esteja ligado à absorção de radiação por nuvens ou gases. Outra surpresa para a equipe foi a constância das nuvens em SIMP-0136. Ao contrário do que vemos na Terra, onde mudanças na distribuição das nuvens afetam o clima, o objeto revelou uma cobertura uniforme.
Leia também:

O cofre do milho: conheça o banco que preserva o futuro da alimentação global

Astrônomos descobrem objeto raro e enigmático no espaço; saiba mais sobre ele

Microsoft encerra suporte ao Windows 10 nesta terça (14); upgrade é recomendado para evitar falhas de segurança
Simp-0136: Um Laboratório para o Futuro
As nuvens do enigmático corpo celeste são formadas por grãos de silicato, parecidos com a areia das praias terrestres, e não pelas tradicionais gotículas de água ou cristais de gelo das nossas nuvens. Essa diferença química reflete a alta temperatura e a forma inesperada como atmosferas jovens e massivas podem se comportar. O objeto SIMP-0136 tem 15 vezes a massa de Júpiter e um dia de 2,4 horas. Este objeto ainda retém boa parte dessa energia, devido a sua idade de apenas 200 milhões de anos.
Implicações para o Estudo de Exoplanetas
Simp-0136 pode servir como um laboratório de referência para o desenvolvimento de modelos 3D mais realistas da sua atmosfera, permitindo entender como interagem os diferentes processos dinâmicos (ventos, circulação), químicos (reações) e magnéticos (auroras, campos magnéticos). Além disso, por ser considerado um análogo ideal para a população de exoplanetas, entender a atmosfera dinâmica de SIMP-0136 ajuda a calibrar expectativas para observações de exoplanetas semelhantes, principalmente por futuras missões, como o Extremely Large Telescope e o Habitable Worlds Observatory.
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.