O Teatro de Contêineres será removido de seu local pela prefeitura de São Paulo, mas continuará com as atividades culturais previamente agendadas para a quinta-feira, 21, data em que expira o período para desocupação do terreno, no centro da capital.
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Em vídeo divulgado nas redes sociais, um dos integrantes do coletivo convida a população a comparecer, às 20h, ao projeto Negras Melodias Show, uma iniciativa que celebra a diversidade da música negra contemporânea em São Paulo.
Lucas Bêda declara que a mobilização é essencial, considerando a chance de novos episódios de violência contra a companhia teatral. Na terça-feira, 19, os membros do coletivo foram surpreendidos por uma ação de reintegração conduzida por agentes da Guarda Civil Metropolitana, caracterizada por truculência e emprego de gás de pimenta.
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“Nós vamos permanecer aqui de forma permanente”, declarou Beda. “Existe o risco de que a violência volte a ocorrer.”
A ação da GCM visou a desocupação de um prédio anexo ao Teatro Container, utilizado por artistas para guardar cenários e figurinos das programações. A prefeitura alega que o local, interditado, será demolido e que a ocupação do espaço ocorre de maneira ilegal por um acesso clandestino a partir do teatro.
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Os membros do Contêiner contestam a alegação e afirmam possuir autorização para utilizar o espaço desde 2017, em negociações conduzidas com o então secretário de Cultura André Sturm, durante o governo de João Doria.
Após a ação de reintegração, o espaço recebeu uma assembleia em defesa da permanência do teatro no local. O coletivo, sediado na Rua dos Gusmões, na região da Santa Ifigênia, reivindica que a prefeitura interrompa o processo de despejo e reconheça o Teatro Container como um patrimônio cultural e social da cidade.
A situação permanece inconclusa. O grupo teatral declara não ter determinado um local para uma possível mudança, argumentando que as propostas oferecidas pela prefeitura não correspondem às especificações técnicas exigidas para as atividades. Na terça-feira, a gestão de Ricardo Nunes (MDB) rejeitou um pedido do grupo para adiar por 120 dias o prazo para a desocupação do terreno.
O Ministério da Cultura e a Funarte também se pronunciaram e, em nota conjunta, questionaram a prefeitura de São Paulo sobre um ofício encaminhado a Nunes no qual solicitavam um prazo de 180 dias para a companhia teatral deixar o espaço. “Reafirmamos nosso apelo para que o prazo seja estendido e a negociação pacífica retomada com a maior brevidade possível.”
A reportagem da CartaCapital solicitou uma nova manifestação à prefeitura de São Paulo e aguarda uma resposta. O espaço permanece aberto.
Fonte por: Carta Capital