Teatro de Contêiner resiste a apagamento em São Paulo

Teatro de Contêiner, símbolo de cultura e acolhimento em São Paulo, enfrenta resistência do governo e da Prefeitura para não ser extinto.

01/10/2025 6:02

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(Imagem de reprodução da internet).

Teatro de Contêiner: Luta por Espaço e Dignidade no Coração de São Paulo

Sob o sol da tarde, o Teatro de Contêiner, localizado no centro de São Paulo, é um ponto de encontro para crianças, vizinhos e artistas. O espaço, que surgiu em 2017, transformou-se em um local de convivência e expressão cultural, oferecendo oficinas, apresentações e um refúgio para pessoas em situação de rua e usuários de drogas. No entanto, a rotina do local é constantemente ameaçada por uma implacável perseguição do poder público.

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Ameaças e Resistência

Há quase dois meses, a Guarda Civil Metropolitana invadiu o local para cumprir uma ordem de despejo, um dia antes da data oficial. A operação foi utilizada como cenário para um evento do governador Tarcísio de Freitas, anunciado como o “fim da Cracolândia”. Apesar da repercussão negativa do evento, a pressão sobre o teatro não diminuiu. Marieta Severo, em vídeo de apoio à Cia Mungunzá, expressou o temor de que o espaço enfrentasse o mesmo destino de teatros invadidos e artistas ameaçados durante a ditadura militar.

O Teatro como Refúgio

O Teatro de Contêiner se consolidou como um espaço vital no circuito cultural da Luz, ao lado da Pinacoteca e da Sala São Paulo. O local oferece um ambiente seguro e acolhedor para pessoas em situação de rua, usuários de drogas e vizinhos, que encontram ali refúgio em shows, oficinas e peças gratuitas. Cláudio Rogério, um morador de rua desde os 10 anos, é um exemplo de quem encontrou no teatro um ponto de virada em sua vida, integrando a trupe e afastando-se do uso de crack.

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A Luta Continua

A prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, repassou mais de 2,5 milhões de reais para atividades no teatro, mas a pressão para o despejo persiste. A proposta de transferência do terreno para a construção de moradias e a ameaça de desocupação geram preocupação entre os artistas e frequentadores do espaço. O coletivo Tem Sentimento, que mantém uma oficina de costura no terreno, também enfrenta a possibilidade de mudança, com Carmem Lopes expressando seu desejo de permanecer no local, apesar das dificuldades.

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Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.