Taxas dos DIs apresentam leve queda após cancelamento de entrevista de Bolsonaro
As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) encerraram a terça-feira (23) com pequenas reduções. Os investidores reagiram de forma positiva após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso por tentativa de golpe de Estado, cancelar uma entrevista agendada para o início da tarde.
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Essa desistência ajudou a equilibrar a pressão de alta na curva de juros, provocada pelo IPCA-15, que é a prévia da inflação de dezembro, evidenciando a aceleração da inflação de serviços no Brasil.
No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,27%, com uma queda de 2 pontos-base em relação ao ajuste anterior de 13,288%. Já a taxa para janeiro de 2035 registrava 13,7%, com um recuo de 4 pontos-base em comparação ao ajuste de 13,738% da sessão anterior.
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IPCA-15 e suas implicações
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, no início do dia, que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, apresentou um resultado levemente inferior à taxa de 0,27% prevista por economistas em pesquisa da Reuters.
Em novembro, a taxa acumulada em 12 meses foi de 4,41%, ligeiramente abaixo das projeções de 4,43% e 4,5% do mês anterior.
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Embora o percentual acumulado ainda esteja distante do centro da meta de inflação de 3%, ele se encontra dentro do intervalo de tolerância, cujo teto é 4,5%. Apesar dos resultados abaixo das expectativas, a abertura do IPCA-15 não foi favorável.
O banco Bmg apontou que a inflação de serviços subiu de 0,66% em novembro para 0,7% em dezembro, com a taxa dos serviços subjacentes aumentando de 0,4% para 0,52% no mesmo período.
Impactos no mercado financeiro
O economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano, comentou que a qualidade dos serviços não foi satisfatória. A média dos núcleos de inflação calculados pelo Banco Central também subiu, passando de 0,28% em novembro para 0,33% em dezembro. Após a divulgação dos dados, a taxa do DI para janeiro de 2028 atingiu 13,395% (+11 pontos-base) logo no início das negociações.
Entretanto, a curva de juros perdeu força após o anúncio do cancelamento da entrevista de Bolsonaro ao portal Metrópoles, que foi justificado por “questões de saúde”. Essa seria a primeira entrevista do ex-presidente desde sua prisão. O cancelamento foi visto como um alívio para o mercado, especialmente em um momento em que Bolsonaro era considerado menos competitivo em uma possível disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Expectativas para a Selic e o mercado externo
Às 15h27, após o cancelamento da entrevista e com a queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior, a taxa do DI para janeiro de 2028 atingiu a mínima de 13,235% (-5 pontos-base). Esse movimento foi acompanhado pela desvalorização do dólar em relação ao real e pela alta do Ibovespa, ambos impactados positivamente pela decisão de Bolsonaro.
Apesar das movimentações do dia, a curva de juros continuou a precificar uma maior probabilidade de que o Banco Central mantenha a taxa Selic em 15% até o fim de janeiro. Durante a tarde, a analista Laís Costa, da Empiricus Research, indicou que a curva estava precificando cerca de 70% de chances de manutenção da Selic, em contraste com 30% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base.
No cenário internacional, às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos, referência global para decisões de investimento, se manteve estável em 4,171%. Devido ao Natal, o mercado brasileiro de DIs não funcionará na quarta-feira, enquanto os Treasuries serão negociados nos Estados Unidos até às 16h (horário de Brasília).
Ambos os mercados estarão fechados na quinta-feira.
