Na manhã, operações de curto prazo permaneceram em níveis estáveis, ao mesmo tempo em que as de longo prazo subiram, espelhando a apreensão do mercado e…
As taxas das DI (Depósitos Interfinanceiros) consolidaram-se em território negativo no final da sessão e encerraram a segunda-feira (21) em baixa, em um dia marcado pela queda do dólar frente ao real e pelo recuo das taxas dos títulos do Tesouro, embora o mercado acompanhe com cautela os desdobramentos do conflito comercial entre Estados Unidos e Brasil.
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Por volta do final da tarde, a taxa DI para janeiro de 2027 era de 14,32%, em comparação com 14,379% na sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 apresentava 13,66%, com uma redução de 7 pontos-base em relação a 13,734%.
Os contratos de longo prazo apresentavam uma taxa de 13,8%, em relação a 13,822% na rodada anterior, para o contrato de janeiro de 2031, e uma taxa de 13,89%, em comparação com 13,897% para o contrato de janeiro de 2033.
Na manhã, as cotas de curto prazo permaneceram próximas da estabilidade, ao passo que as longas avançavam, refletindo o incômodo do mercado com as ações dos EUA contra o Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à CBN pela manhã, declarou que manterá a negociação comercial com Washington, mas não desconsiderou a chance de os produtos brasileiros passarem a ser tributados em 50% em 1º de agosto, conforme anunciado pelos Estados Unidos, sem que o Brasil tivesse recebido uma resposta das autoridades norte-americanas.
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O ministro também declarou que o governo está considerando a adoção de mecanismos de suporte a segmentos da economia afetados pela tarifa dos Estados Unidos, ressaltando que não haverá, necessariamente, repercussão financeira com essas ações.
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Na sexta-feira (18), os Estados Unidos implementaram uma nova medida contra o Brasil, restringindo vistos para membros do Judiciário brasileiro e seus familiares próximos, devido a objeções relativas aos processos envolvendo o ex-presidente Bolsonaro.
Adicionalmente às medidas já adotadas, investidores acompanharão nesta semana eventuais novas ações dos EUA contra o Brasil, que podem afetar o câmbio e, por conseguinte, a inflação e as taxas de juros.
A principal questão que permanece é o impacto das potenciais tarifas de 50% dos EUA sobre o Brasil, conforme apontou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.
Se isso provocar uma significativa desvalorização cambial, observaremos um impacto macro relevante, podendo alterar a trajetória da inflação e a taxa Selic. Atualmente, não parece ser esse o cenário. A taxa de câmbio ainda se mantém relativamente estável, complementou.
Com o dólar em baixa em relação ao real e o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, as taxas das DIs de curto prazo se estabilizaram em queda no final da sessão, enquanto as longas apresentaram pequenas descidas.
Após atingir o máximo de 13,775% (+4 pontos-base em relação ao ajuste anterior), às 9h02, logo após a abertura, a taxa do DI para janeiro de 2028 marcou a mínima de 13,635% (-10 pontos-base) às 16h04, já na reta final da sessão regular.
A trajetória do Brasil se aproximava do fechamento, indicando a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano até o final deste mês: a projeção nesse cenário era de 99%.
Na sexta-feira, a atualização mais recente apontava 92,05% de chances de manutenção da Selic, em relação a 5% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base neste mês.
O relatório Focus, a ser publicado pela manhã pelo Banco Central, mostra que a expectativa de inflação para 2025 ficou em 5,1% e para 2026 em 4,45%.
Apesar dos índices ainda superiores à meta de inflação definida pelo Banco Central, em 3%, eles indicam que a elevação dos preços está se desacelerando. No caso de 2026, a projeção de 4,45% já se encontra abaixo do limite da meta, que é de 4,5%.
No exterior, às 16h30 o rendimento do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – caiu 6 pontos-base, atingindo 4,372%.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.