Os números de vagas de trabalho abaixo do esperado nos Estados Unidos nos últimos meses foram o principal fator para a queda consistente das taxas de juros da Dívida, nesta sexta-feira (1º), em linha com a forte redução das taxas dos títulos do Tesouro e do dólar em âmbito global.

Os dados do emprego nos Estados Unidos, apresentados no relatório de payroll, passaram por cima das medidas de tarifas impostas pelos EUA contra diversos parceiros comerciais.

Por volta do final da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 era de 14,2%, com uma redução de 15 pontos-base em relação à taxa de 14,35% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 apresentava o valor de 13,515%, em comparação com a taxa de 13,671%.

Os contratos de longo prazo apresentavam uma taxa de 13,67% para janeiro de 2031, em comparação com 13,759% no ajuste anterior, e uma taxa de 13,78% para janeiro de 2033, com uma redução de 9 pontos-base em relação a 13,865%.

Na quinta-feira (31), o presidente dos EUA, Donald Trump, aplicou tarifas elevadas a diversos parceiros comerciais, como 35% sobre produtos canadenses, 25% para a Índia, 20% para Taiwan e 39% para a Suíça, além de 50% para produtos brasileiros – ainda que com algumas isenções.

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A proposta de tarifas de Trump, com prazo limite de 1º de agosto, poderia ter impactado os mercados nesta sessão, porém foi eclipsada pelos dados de emprego.

A economia dos EUA criou 73.000 empregos fora do setor agrícola no mês passado, inferior à expectativa mediana de 110.000 de economistas da Reuters. O número de vagas geradas em junho foi revisado para baixo, indicando a criação de apenas 14.000 posições, em comparação com as 147.000 vagas inicialmente divulgadas.

O departamento de folha de pagamento indicou que o Federal Reserve pode ter avaliado o mercado de trabalho de forma equivocada nos últimos meses, o que poderia exigir a redução das taxas de juros em setembro, já que na reunião desta semana manteve a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, ainda sinalizando cautela em relação a possíveis cortes.

Diante disso, os investidores aumentaram significativamente as expectativas de que o Fed realizará um corte nas taxas de juros em setembro, o que provocou a queda das taxas de juros do Tesouro e a desvalorização do dólar em âmbito global.

No Brasil, a taxa do DI para janeiro de 2027, às 9h25, antes do payroll, registrou o máximo de 14,390% (+4 pontos-base), despencou para 14,310% (-4 pontos-base) às 9h31, um minuto após o payroll. Em seguida, atingiu o mínimo de 14,165% (-19 pontos-base) às 13h10.

“Os movimentos vieram, em certa medida, dos Estados Unidos, com a divulgação de um payroll mais fraco que o esperado, o que elevou as expectativas de que o Fed pode reduzir as taxas de juros já em setembro”, resumiu Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, em seu comentário.

A expectativa é que essa situação afete significativamente o mercado de juros no Brasil. As taxas tendem a diminuir em toda a curva, com os contratos indicando uma Selic mais baixa já em 2025 e a chance de novos cortes no final deste ano.

No exterior, às 16h41 o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — despencava 14 pontos-base, atingindo 4,216%.

O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.

Fonte por: CNN Brasil