Taxa exorbitante, afirma diretor de consultoria

A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), de “criar uma nova ordem econômica mundial” tem gerado instabilidade no mercado e levado o preço do petróleo tipo Brent a um patamar que inviabiliza a política energética do próprio Trump, segundo o sócio-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires.

O economista declarou ao Poder360 que o movimento terá consequências para a política “drill, baby, drill” (perfure, baby, perfure). O governo, que busca incentivar a produção nos EUA, será afetado porque, segundo Pires, extrair petróleo com a commodity custando menos de US$ 70 desestimula o setor.

Trump sempre enfatizou na campanha a importância de “drill, baby drill”. Contudo, o petróleo com preços inferiores a US$ 65 começa a inviabilizar o setor americano. A indústria americana enfrentará dificuldades para produzir petróleo. Ele afirmou que, para que a produção de petróleo nos Estados Unidos seja viável, o preço deve estar em torno de pelo menos US$ 70.

Leia também:

Delegado assassinado em operação no interior do Maranhão

Governo elimina tributação para veículos elétricos fabricados nacionalmente

Lula afirma que não há identificação entre o comportamento de Trump e o eleitorado americano

O preço do petróleo registrou queda nesta quinta-feira (10.jul.2025), situando-se em US$ 69 às 11h30, conforme dados do portal financeiro Investing. A variação é notada desde que o norte-americano implementou a política tarifária vigente. Em janeiro de 2025, a cotação da commodity era de aproximadamente US$ 81.

A política está desestabilizando e questionando a ordem econômica mundial e, ao fazer isso, a economia se retrai, declarou Pires. “O preço do petróleo está caindo porque a política tarifária do Trump está trazendo problemas, barreiras, dificuldades para que você tenha um crescimento econômico mundial”, afirmou.

Taxas de 50% para o Brasil.

A medida de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9.jul.2025) por Trump, deverá causar um impacto “restrito” no setor de petróleo e gás do Brasil, conforme avalia o BTG Pactual.

O banco relata que o Brasil exportou 18,8% da sua produção para os EUA em 2024, mas possui capacidade de “desviar o fluxo” para outros mercados. Em 2024, as exportações brasileiras de petróleo e derivados para os EUA totalizaram US$ 7,6 bilhões, representando 18,8% de todas as exportações brasileiras para o país. Por sua vez, os EUA absorveram 13,4% do total das exportações brasileiras de petróleo e derivados. Para o setor de upstream, observam-se impactos limitados, considerando a capacidade de desviar o fluxo de exportação.

Pires acompanha o relatório do BTG Pactual e declara que o petróleo brasileiro é “facilmente” transferido para outros mercados além dos EUA. “A política tarifária do Trump não é exclusiva para o Brasil. Essa carta que ele enviou ontem para o Brasil, ele enviou para uma série de países. Obviamente, a diferença da carta brasileira é que cita a política do Bolsonaro, do STF”, disse.

Fonte por: Poder 360