Taxa de juros alta impulsiona a demanda por controle orçamentário, afirma especialista

Analista avalia o incremento da alíquota do IOF e seus efeitos na economia do Brasil, enfatizando a necessidade de ações para o controle de gastos.

02/06/2025 16:33

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Taxa de juros alta impulsiona a demanda por controle orçamentário, afirma especialista

O aumento recente da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem suscitado controvérsias e demonstrado a importância do controle dos gastos públicos, conforme apontado por Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting, em entrevista à CNN Money na segunda-feira (2).

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A nova política, divulgada pelo governo federal, busca elevar a receita em aproximadamente R$ 20 bilhões em 2024, com projeção de duplicar esse valor em 2025. Latif aponta que a decisão é “claramente uma medida com o objetivo de arrecadação”, enfatizando que o efeito é notavelmente superior a ocorrências passadas.

A especialista aponta que a medida acarreta inúmeras distorções para o sistema econômico: “Você tem um impacto forte no setor produtivo elevando o custo do crédito, e isso é praticamente uma aberração quando a gente compara o Brasil com a experiência internacional”.

A decisão também tem causado deterioração política, impactando a credibilidade do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Latif aponta que este episódio se acrescenta a outros que já vinham minando a confiança dos investidores na habilidade do governo de executar um plano de reformas fiscais.

Latif afirma que, sob a ótica da capacidade do ministro de proporcionar tranquilidade aos investidores, previsibilidade, um compromisso real com a disciplina fiscal e um ministro com habilidade política para conduzir uma agenda de ajuste fiscal, isso já vinha sendo comprometido.

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A economista ressalta que o governo deveria ter implementado medidas de controle de gastos desde o começo, considerando que a avaliação inicial do governo vigente, de que não eram necessários ajustes nas despesas, estava errada.

Latif defende que, apesar do alcance restrito, o governo poderia ter explorado opções menos danosas para o mercado de crédito e a economia em geral: “Havia como ter realizado algo um pouco mais elaborado, mais cuidadoso”.

A especialista conclui que, considerando o cenário atual, espera-se que se alcance um “empasse” nas negociações entre governo e Congresso, buscando um equilíbrio entre os diversos interesses em jogo. Contudo, ela alerta que esta solução ainda estará “longe de ser uma situação ideal” para as finanças públicas do país.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.