Setor de Árvores Brasileiro Enfrenta Desafios com Tarifas Americanas
O setor de árvores brasileiro, que anualmente gera cerca de R$ 200 bilhões e emprega quase 3 milhões de pessoas, tem enfrentado dificuldades significativas devido às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A situação se agrava em diferentes frentes, com impactos variados no setor.
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Celulose: Alívio com Reversão de Tarifas
A principal área de impacto é a celulose, que representa aproximadamente 3,5% de todo o comércio do Brasil com os EUA (US$ 94 milhões em 2024, segundo dados do Mdic). Inicialmente, a isenção da sobretaxa de 40% e a reversão da alíquota de 10% trouxeram alívio a cerca de 90% da celulose exportada ao país. “Nossos clientes nos Estados Unidos são muito importantes”, afirmou Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), ao CNN Money.
Impacto Regional e Demissões
No entanto, o impacto não é uniforme. O estado do Paraná, onde a madeira representa 40% das exportações, sente os efeitos das tarifas de forma mais intensa. A Associação das Indústrias de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) relata que as taxas afetaram diretamente 10 mil trabalhadores, com 4 mil demitidos, 5,5 mil em férias coletivas e 1,1 mil em processo de layoff. A situação exige readequação e análise de estratégias, conforme destaca Ana Cristina Schneider, consultora de mercado e estratégia da Movergs.
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Busca por Soluções e Novos Mercados
Enquanto isso, executivos defendem a persistência do governo brasileiro nas negociações. Paulo Hartung enfatiza a importância de “bater na porta até ela abrir”, buscando um diálogo produtivo. A consultora Ana Cristina Schneider sugere a revisão do mix de produtos, investimento em marketing e networking, e a participação em feiras internacionais como alternativa para diminuir a dependência do mercado norte-americano.
