Tarifa Trump impulsiona a variedade nos destinos de exportação
A sobretaxa impulsiona o crescimento em novos mercados e prevê estratégias para alternativas; o governo identifica novos destinos para café, carne bovin…
Com a taxa de 50% sobre produtos brasileiros em vigor, a discussão sobre a necessidade de diversificar os destinos das exportações se intensifica tanto no setor privado quanto no governo federal.
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Empresários e autoridades defendem que a diversificação já era um movimento necessário e planejado para todos os setores, porém as tarifas precipitaram esse processo.
O Brasil não pretende substituir o mercado americano, o que é inviável em razão da complexidade das cadeias produtivas e do tamanho do consumidor norte-americano, mas busca diversificar destinos para reduzir os impactos.
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Esses mercados alternativos já haviam sido mapeados antes mesmo da política tarifária de Donald Trump, o que facilitou o trabalho do governo, que já contava com um conjunto de opções quando a tarifa foi anunciada.
Essa fala assume ainda mais importância para produtos e commodities agrícolas. A diversificação é uma das prioridades do Ministério da Agricultura e Pecuária desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Em 2023, foram inaugurados cerca de 400 novos mercados.
Setores específicos — particularmente os mais dependentes do mercado americano — percebem essa diversificação com maior urgência.
A Abipesca (Associação Brasileira da Indústria de Pescados) solicita que o governo federal dê prioridade à retomada do mercado europeu como alternativa às exportações para os Estados Unidos.
Atualmente, os Estados Unidos correspondem a 70% das exportações brasileiras desse setor.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, respondeu ao setor e declarou que os mercados do Reino Unido e União Europeia para pescados brasileiros estão próximos de serem reabertos.
O Brasil não exporta pescado para esses dois mercados desde 2018.
Em relação ao café, as autoridades indicam China e Índia como destinos estratégicos. Apesar do consumo ainda não ser tradicional nesses países, ambos demonstram um crescimento significativo da demanda e representam grandes mercados consumidores em potencial.
Na última sábado (2), a China permitiu a exportação de café de 183 empresas brasileiras para o país.
O governo considera a Arábia Saudita como um mercado potencial para a carne bovina.
Em 2024, o país importou aproximadamente US$ 487 milhões em carne bovina desossada congelada, um mercado em expansão desde 2020. Os principais fornecedores são Índia (US$ 197 milhões), Brasil (US$ 149 milhões) e Austrália (US$ 73 milhões).
O Brasil se destaca na Arábia Saudita por possuir 140 empresas licenciadas pela autoridade sanitária local, o maior volume entre os exportadores. O governo brasileiro projeta um potencial de exportação adicional para a Arábia Saudita de aproximadamente US$ 54 milhões anualmente.
Vietnã e Singapura são considerados mercados promissores para a carne bovina brasileira. O mercado vietnamita, por exemplo, foi aberto em março e já autorizou dois frigoríficos brasileiros.
Esses mercados já eram mapeados antes mesmo do anúncio da tarifa.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.












