Tarcísio é o personagem principal em “Corra que a Polícia Vem Aí”

A expectativa é que a Alesp forme a CPI, que o MP conduza a investigação das irregularidades, que a mídia amplifique a questão e que a sociedade pressio…

21/08/2025 18:21

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Tarcísio é o personagem principal em “Corra que a Polícia Vem Aí”
(Imagem de reprodução da internet).

Não se trata de comédia, nem ficção, mas de uma tragédia desastrosa de pura realidade. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, protagoniza uma política de (in)segurança pública que poderia fazer alusão à obra cinematográfica e se chamar “Corra que a Polícia Vem Aí em São Paulo”.

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Na recente reportagem da repórter Mariana Serafini, publicada na CartaCapital (“casos isolados”), é apresentado o panorama da política de Tarcísio e seu secretário Guilherme Derrite desde a sua ascensão ao poder em 2023. A reportagem destaca que, no Centro-Oeste do País, São Paulo registrou um aumento de 60,9% nas mortes decorrentes de intervenção policial em 2024, com base nos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Houve 813 homicídios em 12 meses, com mais de duas mortes diárias. Em São Paulo, o número de execuções aumentou 60,9% em relação a 2023, enquanto a média nacional de mortes praticadas por policiais militares em serviço diminuiu 3% no ano passado.

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É necessário agir para alterar a situação. Ademais, nas últimas semanas surgiu um novo escândalo. Os registros da plataforma que a Polícia Militar utiliza para arquivar as imagens capturadas pelas câmeras dos uniformes revelam falhas no sistema. Além disso, existem evidências de um esquema de manipulação e fraudes para excluir gravações ou modificar informações dos arquivos armazenados.

Simplesmente, os nomes de policiais que utilizavam câmeras em seus uniformes para registrar ações visíveis foram modificados no sistema, tornando impossível a consulta aos arquivos. Existem casos em que as gravações foram apagadas, como a ocorrência de 9 de março de 2024, no Morro do José Menino, em Santos. Nesse dia, Joselito dos Santos Vieira foi morto com três tiros de fuzil e nove de pistola.

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Em dois anos, a empresa Axon foi alvo de questionamentos pela Polícia Militar de São Paulo em relação a manipulações e fraudes na plataforma. As autoridades de segurança de Tarcísio tinham conhecimento dos problemas, porém não tomaram nenhuma atitude. Além disso, informações sobre a venda de um serviço de clonagem de cartões de acesso e câmeras de uniformes circulam em grupos de mensagens.

Os deputados estaduais do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) adotaram duas medidas urgentes: solicitar ao Ministério Público que realize uma investigação e dar início à mobilização para a criação de uma CPI.

As câmeras nos uniformes são ferramentas importantes de controle e fiscalização do trabalho policial, além de captarem imagens cruciais para constituir provas em investigações de combate às organizações criminosas. A tecnologia atua tanto a favor do trabalho policial, quanto para combater práticas delituosas de agentes de segurança pública.

Após sua adoção em 2020, o número de mortes de policiais e as cometidas por policiais diminuiu consistentemente a cada ano. Em 2023, com a ascensão de Tarcísio e Derrite, houve um aumento: 34%, totalizando 333 pessoas mortas por policiais em 2023; e 60,9%, com 813 homicídios praticados por PMs em 2024. Esse retrocesso não é coincidência, mas resultado de uma política de (in)segurança que se baseia em três pilares: 1. Discurso rígido e simplista, de combate à criminalidade com o uso da força policial; 2. Incentivo à violência policial como método de tratamento das ocorrências; e 3. Desmantelamento das estruturas de inteligência e investigação criminal.

As operações Escudo e Verão, na Baixada Santista, resultaram em 84 mortes, de julho de 2023 a abril de 2024, com diversos relatos de civis assassinados nessas ações.

O incentivo à violência como método policial se viu em vários outros casos: de um homem atirado de um viaduto a agressões físicas em abordagens a mulheres. Segundo o FBSP e a Unicef, de 2022 a 2024, as mortes de crianças e adolescentes decorrentes de intervenções policiais aumentaram 120% no Estado. Claramente, pessoas negras são 3,7 vezes mais vítimas letais da PM-SP.

A evolução dos dados ocorreu não por acaso. As fraudes nas imagens são mais um componente do enfraquecimento das estruturas de inteligência e investigação criminal. Tarcísio inicialmente se opôs às câmeras, depois resistiu à sua implementação e diminuiu o ritmo de expansão. Com o aumento dos casos de violência policial, ele se viu pressionado e passou a afirmar que elas desempenhavam uma função.

A Assembleia Legislativa de São Paulo deve instaurar a CPI, o Ministério Público deve investigar as irregularidades, a imprensa deve dar visibilidade a esse escândalo e a sociedade deve cobrar o governador. São Paulo necessita e merece uma reviravolta na Segurança Pública que enfrente o crime, proteja cidadãos de todas as origens, avance no uso de tecnologias e invista na inteligência e na investigação para que as organizações criminosas sejam desmanteladas no médio e longo prazos.

Fonte por: Carta Capital

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