Tarcísio critica plantão de 12h e vale de R$ 12 para saúde em SP

Categoria não descarta movimento grevista por tempo indeterminado após descumprimento de acordo pelo governo.

02/10/2025 13:31

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(Imagem de reprodução da internet).

Greve na Saúde em São Paulo: Sindicato e Governo Trocam Acusações

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), Gervásio Foganholi, manifestou sua forte insatisfação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), devido ao descumprimento de um acordo firmado com os trabalhadores da saúde. “Tarcísio é desumano quando ele não prioriza, não olha para esses servidores e esses trabalhadores públicos do estado de São Paulo, que tanto fazem para manter a saúde funcionando”, declarou em entrevista ao Conexão BdF.

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Greve Inicia com Acusações de Descumprimento de Acordo

A categoria iniciou uma greve nesta quinta-feira (2). Segundo o sindicato, o governo se comprometeu a pagar um bônus até 5 de setembro e reajustar benefícios como o auxílio-alimentação, congelado desde 2018 em R$ 12 por dia, além de aumentar o prêmio de incentivo e gratificações específicas de servidores do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) e do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. “O prazo venceu e o governo não cumpriu. Então, retomamos a greve deliberada pela categoria”, afirmou Foganholi.

Impacto da Greve e Acusações do Sindicato

Ele lembra que os profissionais de saúde do estado estiveram na linha de frente da pandemia do coronavírus e questiona o tratamento de descaso dado atualmente pelo governo. “Chega a ser desumano trabalhadores que foram elogiados tanto porque enfrentaram uma pandemia no estado de São Paulo, e foram os hospitais públicos que, de fato, enfrentaram todo o processo de atendimento à população na pandemia, ganharem R$12 de auxílio-alimentação. Como alguém se alimenta com R$ 12 por dia? Muitos trabalham em sistemas de plantões de 12 horas”, repudia.

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Resposta do Governo e Perspectivas da Greve

De acordo com o dirigente, 36 unidades de saúde estão paralisadas. “Uma greve na saúde, por menor que seja, sempre tem um impacto no atendimento da população. Mas nós fazemos greve com os hospitais funcionando. Potencializamos e organizamos os setores de urgência, emergência e setores críticos das unidades para que não deixemos sem atendimento as pessoas que mais precisam”, explicou. Ele adverte que há uma grande possibilidade de, na próxima assembleia, os trabalhadores deliberarem um movimento por tempo indeterminado.

Alegações do Governo e Diálogo em Andamento

O governo estadual alega dificuldades orçamentárias para justificar o atraso nos pagamentos, argumento que o presidente do sindicato contesta. “O governo do estado passa as informações que não são verídicas. O estado não está gastando nem o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é 46,56% do orçamento do estado, da arrecadação. Nós estamos distantes de chegarmos próximos dele”, rebateu. Em nota, o governo de São Paulo informou que está em diálogo com representantes do sindicato. O comunicado diz que as solicitações estão sendo analisadas e aguardam finalização dos estudos de impacto orçamentário.

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Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.