A área recebeu instruções de evacuação, obrigando mais de 50 mil palestinos a se deslocarem. Cerca de 90% do território está sujeito a ordens de evacuaç…
O governo israelense ordenou a evacuação de uma área no centro da Faixa de Gaza, neste domingo 20, ampliando suas ações militares para uma região do território palestino onde as Forças de Defesa de Israel ainda não haviam operado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um porta-voz militar israelense, em uma publicação no X, solicitou que os palestinos em Deir al-Balah abandonassem imediatamente a área.
As Forças de Defesa estão trabalhando com grande vigor para destruir as capacidades inimigas e a infraestrutura terrorista na área, ampliando suas atividades em uma região onde nunca operaram antes, afirmou Avichay Adraee em publicação no X.
De acordo com o jornal israelense Times of Israel, Deir al-Balah se destacava como uma das áreas de Gaza com maior segurança durante a guerra, em virtude da baixa intensidade das operações militares. Isso resultou no abrigo de milhares de palestinos deslocados naquela região.
Conforme o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o novo avanço da ofensiva israelense impacta entre 50 mil e 80 mil pessoas, que agora deverão deixar Deir al-Balah. A situação eleva para 87,8% a área de Gaza que está sob ordens de evacuação ou foi transformada em zonas militarizadas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A ONU afirma que isso deixa 2,1 milhões de civis amontoados em uma área fragmentada de 12% da Faixa de Gaza, onde os serviços essenciais entraram em colapso.
As agências relatam que seus funcionários permanecem em Deir al-Balah. “Esses locais, assim como todos os locais civis, devem ser protegidos, independentemente de ordens de deslocamento”, declararam.
A Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou que a ordem de deslocamento em massa emitida pelo exército israelense representa um novo e grave golpe para as já frágeis linhas de apoio que sustentam a vida em Gaza, limitando a capacidade de atuação da ONU e restringindo o acesso humanitário no momento de maior necessidade.
A expansão militar em Deir al-Balah integra um projeto do governo israelense de restringir milhares de palestinos a uma área delimitada no sul de Gaza e obrigar uma evacuação “voluntária”.
O plano divulgado no início de julho pelo ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, visava transferir toda a população palestina para Rafah, no sul do território, isolando-a em uma “cidade humanitária”, sem retorno ao norte de Gaza.
A iniciativa é vista por críticos como um passo para uma futura tentativa de expulsão em massa da população, refletindo o projeto do presidente dos EUA, Donald Trump, de remover palestinos a outros países e transformar Gaza em uma área de lazer. Peritos advertem que a estratégia de deslocamento forçado é vedada pelo direito internacional.
A nova área alvo do Exército israelense havia sido anteriormente evitada devido a suspeitas de que o Hamas estivesse ali mantendo os últimos reféns remanescentes do ataque de 7 de outubro de 2023.
De 251 prisioneiros capturados naquela ocasião, 49 permanecem sob custódia em Gaza, entre eles 27 que, segundo o exército israelense, já faleceram.
Parentes de reféns temem que a expansão da ofensiva israelense em Deir al-Balah possa colocar em risco a vida de seus familiares. O grupo palestino Hamas ameaçou executar reféns se as forças israelenses se aproximassem do local.
As negociações indiretas entre Israel e o Hamas, que envolveram a mediação de terceiros, ocorreram nas últimas duas semanas com o objetivo de estabelecer um cessar-fogo de 60 dias em Gaza e a libertação de 10 reféns vivos, mas não alcançaram resultados.
Famílias se reuniram neste sábado em Tel Aviv para solicitar ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e a Trump que assegurem o retorno dos reféns e porem fim à guerra.
Eles solicitaram, em nota conjunta, que as autoridades israelenses esclarecessem urgentemente aos cidadãos israelenses e suas famílias qual é o plano de combate e como exatamente ele protege os sequestrados que ainda estão em Gaza.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.