Através do Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá, comunidades indígenas e tradicionais da Amazônia brasileira prepararão refeições para os chefes de estado em COP30. Tainá Marajoara, cozinheira, ativista e promotora cultural que fundou o coletivo, explica que ter a culinária regional representada em um espaço tão privilegiado na conferência não foi fácil, mas alcançado através de pressão e mobilização.
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“Vemos isso como uma vitória para todos os povos do mundo, porque esta é uma conferência global e, pela primeira vez, haverá comida feita por povos indígenas, culturas tradicionais e movimentos camponeses”, disse Marajoara à Radio BdF.
Disputa por Espaços na Conferência
Inicialmente, os organizadores da COP queriam confinar o Iacitatá na “zona verde”, reservada para movimentos populares. Mas o grupo exigiu um lugar na “zona azul”, onde os chefes de estado, incluindo o Presidente do Brasil, Lula, e o Presidente da França, Emmanuel Macron, almoçarão. “São essas pessoas que sentirão, provarão e experimentarão a revolução que criamos do chão da Amazônia. Esse espaço havia sido negado a nós, mas lutamos por ele e vencemos”, celebrou ela.
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O Que Será Servido?
Pelo menos 2,5 toneladas de peixe e 2 toneladas de frutos do mar de pesca artesanal, além de arroz, feijão, café e açúcar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). É comida produzida com justiça, cultura e tradição. Não somos restaurantes; somos povos da floresta e dos rios. A comida não é apenas uma mercadoria, é a nossa vida.
Significado Político da Cozinha
Chamamos de cozinha sem genocídio, sem agronegócio, sem pesticidas. Uma cozinha de vida. Os sistemas alimentares indígenas e camponeses mantêm a Amazônia viva. Sem nós, não há floresta, não há água, não há comida para o mundo.
