Fim do mundo
O acordo recente entre a chefe de governo não eleita da UE e o líder de fato dos EUA não indica um futuro distinto.

A árvore não nega sua sombra a nenhum lenhador.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O genocídio continua em Gaza, na Palestina.
O evento foi sustentado, em primeiro lugar, pelo governo dos Estados Unidos, que oferece financiamento, armamento e inteligência ao governo de Israel. Em segundo lugar, está a União Europeia, cúmplice direto ao fornecer recursos, armas e informações — inclusive espiando e delatando os movimentos palestinos ao Estado israelense. A UE, vale lembrar, é destino de 30% das exportações israelenses.
Leia também:

A história de Preta Ferreira, a busca por justiça tardia e o nascimento da Rede Liberdade

A Lei Magnick é o veneno que se absorve, aguardando que o indivíduo responsável sofra as consequências

O Projeto de Lei 4939/20 pode comprometer a proteção de seus dados online
Sem o apoio de ambos, ou de apenas um deles, o genocídio em Gaza seria improvável.
Na última data de 27, a Europa Ocidental deixou de existir. Por meio do acordo estabelecido entre Donald Trump, um virtual ditador e presidente dos EUA, e Ursula Von der Leyen, presidente não-eleita da UE, impostos de apenas 15% serão aplicados a produtos europeus nos Estados Unidos. Em contrapartida, a UE se compromete a adquirir 750 bilhões de dólares em armamentos e 600 bilhões em gás natural.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Finis Europa”, escreveria Sigmund Freud, ao anotar em seu diário ao presenciar a invasão nazista da Áustria, em 1938: “Finis Austriae”. Como sabemos, não se tratava apenas do fim da Áustria. Vieram os campos de extermínio, mais de 6 milhões de judeus assassinados, além de socialistas, comunistas, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová e 30 milhões de russos. Ao todo, entre 75 e 80 milhões de mortos, pela máquina de guerra da extrema-direita.
O acordo recente entre a presidente não eleita da UE e o presidente de fato dos EUA não indica um rumo distinto. O armamentismo excessivo, como ocorre sempre, leva à guerra, inclusive como medida para esvaziar arsenais e manter a lucratividade da indústria bélica. O atual conflito entre Tailândia e Camboja, impulsionado por nacionalismos exacerbados, também não está dissociado desse cenário.
As exportações transoceânicas de gás intensificam ainda mais o aquecimento global, acelerando o colapso climático.
Essa configuração pode ser entendida como um “fim do mundo”: o caminho para a destruição total da humanidade, seja através do emprego de arsenais nucleares, seja pela catástrofe ambiental irreversível.
Isto ocorre em virtude de uma censura sutil (e, por vezes, explícita) da mídia, incluindo veículos públicos como a britânica BBC ou a francesa France 24 Heures.
Enquanto isso, Trump acumula vitórias e lucros. Ao contrário de seus antecessores, não colocou seus empreendimentos sob administração independente nem divulgou sua lista de bens. Pelo contrário: viaja como presidente para eventos privados, como a inauguração de campos de golfe na Escócia, no último fim de semana. O custo da viagem foi de dez milhões de dólares ao contribuinte estadunidense, e mais alguns milhões ao escocês, que deslocou mais de 4 mil policiais para proteger o evento.
Ademais, Trump diversifica seus negócios em países como Emirados Árabes Unidos, Sérvia e Uruguai — os mesmos com os quais negocia em nome do governo dos EUA.
Além disso, 70% dos centros de detenção de imigrantes nos EUA são privatizados. Cada cama ocupada gera lucro. Consequentemente, a perseguição a imigrantes transformou-se em uma fonte de rendimentos para empresas gestoras desses centros, que lucram com a superlotação de prisões antes vazias, tudo com o apoio dos políticos que financiam.
Falta ética em tudo. É muito. Na realidade, ela está ausente da vida política atual.
Contudo, se considerarmos um espaço onde a ética deveria ser primordial – o religioso –, a questão inevitável é: onde estão as entidades religiosas diante do genocídio em Gaza e dos acordos que colocam a humanidade em perigo?
Como a ética religiosa pode ser ainda mais negligenciada que a política, ignorando-se diante de um genocídio transmitido em televisão?
Há espiritualidade sem ética? Ao permanecerem em silêncio, essas instituições religiosas não cometem pecado por omissão? Não deixam de existir como referência moral, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se cala?
No livro Elogio da Sede (Paulinas), o cardeal José Tolentino Mendonça constata: “Acontece-nos como ao fariseu: até convidamos Jesus para entrar em nossa casa. Contudo, não estamos disponíveis para celebrar com Ele a radical forma de hospitalidade que é o amor.”
Para entender essas lógicas, é pertinente analisar a cultura italiana. No livro Pasolini, comunista dissidente (editora Kaos), Giorgio Galli propõe uma reflexão incisiva:
Mas o último Pasolini, reconhecido como figura política, pode ser lembrado sob um sinal positivo de dois pontos de apoio: o receio da possibilidade de o capitalismo, em sua última configuração, produzir “relações sociais imodificáveis”; e o papel, nesse contexto, dos intelectuais… coloca-se a pergunta crucial se os intelectuais traem ou continuam a assegurar que as relações sociais sejam modificáveis.
Essa questão, levantada há meio século, ainda não tem resposta.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Redação Clique Fatos
Aqui no Clique Fatos, nossas notícias são escritas com a ajudinha de uma inteligência artificial super fofa! 🤖💖 Nós nos esforçamos para trazer informações legais e confiáveis, mas sempre vale a pena dar uma conferida em outras fontes também, tá? Obrigado por visitar a gente você é 10/10! 😊 Com carinho, Equipe Clique Fatos📰 (P.S.: Se encontrar algo estranho, pode nos avisar! Adoramos feedbacks fofinhos! 💌)