Suspeito empregou inteligência artificial para criar gravações falsas e encobrir o homicídio de mãe e filho no Paraná

Investigação aponta uso de tecnologia para ludibri familiares e ocultar homicídio premeditado.

11/09/2025 19:13

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Suspeito empregou inteligência artificial para criar gravações falsas e encobrir o homicídio de mãe e filho no Paraná
(Imagem de reprodução da internet).

A Polícia Civil do Paraná encerrou, nesta quinta-feira (11), a investigação sobre o homicídio de Maria Auxiliadora da Silva de Souza, 78 anos, e seu filho, Fábio José de Souza, 46, que foram assassinados, esquartejados e seus corpos foram ocultados em uma geladeira e em uma mala dentro de um imóvel alugado para fins de ocultação.

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O principal suspeito do crime, um ex-sócio de Fábio, confessou a autoria, com o objetivo de obter a posse de bens da vítima, incluindo um carro e um imóvel. Ele utilizou inteligência artificial para simular a voz da idosa e manter a aparência de normalidade junto à família das vítimas após o crime.

Desaparecimento e Início das Investigações

O sumiço de Fábio e Maria Auxiliadora foi noticiado no final de junho do presente ano, após familiares perceberem o silêncio dos dois. As primeiras informações surgiram de mensagens e gravações recebidas por parentes, que teriam sido enviadas por Maria Auxiliadora, buscando tranquilizá-los acerca de seu local de permanência. Contudo, os conteúdos apresentavam padrões de linguagem e vocabulário distintos da idosa. Essa incongruência motivou o alerta da família e, em seguida, da polícia.

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Com o desenvolvimento das investigações, tornou-se claro que as mensagens haviam sido falsificadas. A delegada Vanessa Cristina, responsável pelo caso, afirmou que o suspeito empregou recursos de inteligência artificial para replicar a voz da vítima. “Ele utilizou ferramentas digitais que possibilitaram simular a voz da idosa. Os áudios foram enviados com a intenção de enganar os familiares e produzir a falsa impressão de que ela estava viva e bem”, explicou. Isso prejudicou a atuação da polícia e dificultou o achamento das vítimas.

O emprego dessa tecnologia em um crime violento configura um novo desafio para as autoridades. Ferramentas de clonagem de voz, antes pouco relacionadas a crimes violentos no Brasil, estão se tornando mais acessíveis, com muitas disponíveis gratuitamente na internet. O caso suscita sérias preocupações sobre os riscos de uso indevido dessas tecnologias por criminosos.

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Investigação Bancária Culminou com o Responsável

Em agosto, quase dois meses após o sumiço, a investigação seguiu outra linha. A análise detalhada dos extratos bancários de Maria Auxiliadora e Fábio revelou operações suspeitas após o período em que já teriam falecido. Transferências, pagamentos e saques em momentos e locais atípicos chamaram a atenção dos especialistas.

Essas operações permitiram que a polícia identificasse o principal suspeito, o ex-sócio de Fábio. O indivíduo foi encontrado e detido para responder a questionamentos. Com base nas evidências apresentadas, ele confessou os delitos e indicou o local onde os corpos foram escondidos.

Geladeira e Mala Contendo Vestígios de Cadáveres

A cena encontrada na residência alugada em Almirante Tamandaré foi considerada chocante. Em um dos ambientes da casa – que permanecia trancado e inativo desde o sumiço das vítimas – foram detectados os restos mortais de Fábio e Maria Auxiliadora. Uma porção dos corpos estava guardada em um refrigerador, enquanto outra parte estava contida em uma mala.

O planejamento do criminoso se estendeu à logística do crime, que envolvia o aluguel do imóvel apenas para disfarçar os cadáveres, afastando-os do convívio social das vítimas. A polícia suspeita que o local foi selecionado para dificultar a localização dos corpos e possibilitar que o suspeito aproveitasse os bens das vítimas, sem gerar suspeitas imediatas.

A delegada informou que o Fábio foi assassinado em primeiro lugar. O suspeito teria levado o ex-sócio ao local e, após cometer o crime, tomou posse do veículo e de um imóvel. Posteriormente, Maria Auxiliadora, apreocupada com o sumiço do filho, visitou a residência do suspeito, onde este confessou o homicídio. Em seguida, ela também foi assassinada, presumivelmente para impedir que ela denunciasse o crime.

Ato Criminoso Planejado e com Grande Potencial de Perigo

A investigação policial classificou o ocorrido como duplo latrocínio, ou roubo seguido de morte. A frieza do executor, aliada à premeditação e ao emprego de tecnologia, indica um crime meticulosamente planejado, visando exclusivamente o enriquecimento.

A delegada Vanessa Cristina afirmou que o autor agiu com frieza e premeditação, buscando o acúmulo de bens da vítima. Ele empregou todos os recursos disponíveis para disfarçar o crime, inclusive inteligência artificial. Essa situação é grave e representa um alerta para as investigações criminais futuras.

O suspeito também será acusado de atuação com frieza e utilização de meios eletrônicos para disfarçar o crime. É um caso inédito no Brasil e necessita de preparo.

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Jornal Expresso (@JornalExpresso4) 11 de setembro de 2025

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Fonte por: Contigo

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.