STF destitui ministro de Mato Grosso sob suspeita de venda de decisões
A ação da Polícia Federal também levou ao bloqueio de R$ 30 milhões em bens do magistrado Ivan Lúcio Amarante.

O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), permitiu na quinta-feira (29.mai.2025) o afastamento de um juiz de 1ª Instância de Mato Grosso devido a suspeitas de venda de sentenças judiciais. O STF utilizou como fundamento a 8ª fase da Operação Sismes, da PF (Polícia Federal), que executou mandados de busca e apreensão em decorrência de suspeitas de comércio de decisões judiciais.
O juiz Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica, está sendo investigado por possível esquema de lavagem de dinheiro. A Polícia Federal realizou 3 mandados de busca e apreensão em diversas localidades do Mato Grosso. O Poder Judiciário determinou o bloqueio de R$ 30 milhões em valores relacionados ao caso.
A investigação iniciou-se com a identificação de indícios de pagamentos irregulares e operações financeiras que favoreceriam familiares do juiz. De acordo com a PF, os recursos teriam origem em uma empresa pertencente a Andreson de Oliveira Gonçalves, que está preso desde novembro de 2024.
Gonçalves, supostamente ligado ao esquema, foi detido sob a acusação de liderar uma organização criminosa voltada à corrupção no Judiciário. Ele é investigado por envolvimento com assessores do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e outros tribunais.
Na quarta-feira (28.mai), a PF havia iniciado outra fase da operação para aprofundar as investigações sobre corrupção no Judiciário de Mato Grosso.
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A operação culminou com a prisão do suposto autor do assassinato do advogado Roberto Zampieri e na identificação de uma empresa formada por militares para realizar espionagem e atos de violência contra autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, resultou no afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso).
O juiz Ivan Lúcio Amarante já responde a um processo administrativo no CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Durante esse procedimento, a defesa do magistrado argumentou que seu nome foi indevidamente mencionado em conversas do lobista e negou qualquer irregularidade. Os advogados do juiz não foram localizados por este jornal digital para comentar as novas acusações.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.