O ministro do STJ considerou que o depoimento da nova testemunha prejudica o andamento do processo; o julgamento estava previsto para 5 de agosto.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o júri popular no caso Patricia Amieiro, marcado para o dia 5 de agosto. A decisão monocrática foi tomada pelo ministro Antonio Saldanha, relator do processo, que destacou irregularidade na inclusão de uma nova testemunha próxima à data do julgamento. O caso atingiu 17 anos neste mês.
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O ministro considerou que o depoimento de um taxista, tido como peça-chave pela acusação, foi admitido após o encerramento da fase de produção de provas e, viola o rito legal do processo criminal. “O novo julgamento deve se restringir à apreciação das provas existentes nos autos na data do julgamento original e à oitiva das testemunhas já arroladas anteriormente”, declarou Saldanha na decisão publicada na terça-feira (24).
Em junho de 2008, Patrícia Amieiro sumiu após seu carro ser atingido por disparos de policiais militares na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O automóvel foi encontrado próximo ao Canal de Marapendi, com sinais de tiro, vidro traseiro quebrado e porta-malas aberto, e o corpo da engenheira nunca foi encontrado.
Quatro policiais militares são acusados. Dois deles, Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento, respondem por tentativa de homicídio, tendo atirado contra o veículo e retirado Patrícia ainda viva. Outros dois agentes, Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira, são réus por fraude processual, acusados de tentar adulterar a cena do crime para proteger os colegas.
Em 2019, Maranhão e Nascimento foram condenados a três anos de prisão por fraude, mas foram absolvidos da acusação de tentativa de homicídio, enquanto Santana e Oliveira foram absolvidos.
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Em 2020, um taxista compareceu espontaneamente ao Ministério Público do Rio de Janeiro e testemunhou, alegando que seguia o veículo de Patrícia na madrugada do crime. Relatou, em detalhes, que observou a jovem sendo removida do carro ainda viva, agindo com os braços e sendo transportada pelos policiais.
Após várias etapas no processo judicial, a família persiste na busca por esclarecimentos. Em entrevista à CNN, Adryano Amieiro, irmão de Patrícia, afirmou: “O depoimento indica que existe uma testemunha ocular do crime, viva e pronta para relatar o que presenciou, porém a Justiça não demonstra interesse em ouvi-la.”
Fonte por: CNN Brasil
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Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.