Supercomputador Harpia, de R$ 435 milhões, chega à Petrobras para explorar o pré-sal

Petrobras Lança Supercomputador Harpia

A Petrobras iniciou a operação do supercomputador Harpia, uma máquina que equivale a 10 milhões de celulares ou 200 mil notebooks. Essa tecnologia será utilizada principalmente no imageamento sísmico de subsuperfície, uma área crucial para a exploração e produção de petróleo no pré-sal e na Margem Equatorial.

Com um investimento de R$ 435 milhões, o Harpia é o maior de um conjunto de cinco novos supercomputadores adquiridos pela estatal, que juntos custaram R$ 500 milhões e aumentarão a capacidade computacional em mais de 60%. De acordo com a Petrobras, essa inovação será essencial para manter a liderança da empresa em processamento na América Latina. Os supercomputadores foram comprados da Lenovo, vencedora da licitação.

Capacidade para Desafios do Pré-Sal

O novo HPC (High Performance Computer) será utilizado pelos geofísicos da Petrobras para processar dados sísmicos brutos, transformando-os em imagens detalhadas do subsolo. “É como criar um mapa 3D das camadas rochosas abaixo da superfície, com imagens mais nítidas e precisas das estruturas geológicas, essenciais para identificar o sistema petrolífero e potenciais reservatórios de petróleo e gás”, explica Sylvia Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras.

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A ampliação tecnológica proporcionará resultados mais rápidos e precisos para os desafios de operação em águas ultraprofundas e novas áreas exploratórias, como o pré-sal e a Margem Equatorial. “Obter imagens sísmicas mais detalhadas da subsuperfície nos permite refinar a simulação do comportamento dos reservatórios, possibilitando uma produção mais eficiente”, afirma Clarice Coppetti, diretora de Assuntos Corporativos.

Dimensões e Sustentabilidade do Harpia

O Harpia pesa cerca de 50 toneladas e mede 50 metros de comprimento. Sua capacidade é de aproximadamente 146 PFlops Rpeak (Petaflops), equivalente a 1 quatrilhão de operações por segundo. Segundo a Petrobras, o equipamento será alimentado exclusivamente por energia renovável. “O projeto buscou maximizar a eficiência energética e de refrigeração, incluindo o reuso de água”, afirma um porta-voz da empresa.

Além de demandarem muita energia, supercomputadores utilizam sistemas de refrigeração que também consomem bastante água. Para mitigar esses impactos, a Petrobras criou um ambiente isolado específico para o Harpia, projetado para operar com o menor consumo possível de energia e água.

Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Entre 2025 e 2029, a Petrobras planeja investir US$ 4,2 bilhões em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), um aumento de 17% em relação ao plano anterior. Para a estatal, esse investimento se converterá em faturamento. “O Harpia visa a geração de imagens que facilitarão a descoberta de novos campos de petróleo e otimizarão a produção”, diz um porta-voz.

Reconhecimento na América Latina

A Petrobras se destaca na América Latina, sendo a líder nos últimos cinco anos no ranking Top500.org, que avalia os maiores High Performance Computers do mundo. Os outros supercomputadores já estão em diferentes estágios de implementação. O Ada Lovelace, focado em geoestatística, e o Capivara, voltado para imagens sísmicas, já estão operando no Centro de Processamento de Dados do Cenpes.

O Quati, que está em fase de testes, deve iniciar operações este mês, também com foco em análise sísmica. O Tupã 2, previsto para o primeiro trimestre de 2026, será dedicado aos métodos geofísicos de multifísica, permitindo o estudo simultâneo de diferentes propriedades de rochas e fluidos em subsuperfície.