Superávit comercial dos Estados Unidos com o Brasil aumenta em 500% e atinge US$ 1,7 bilhão

Relatório divulgado pela Amcham Brasil, referente ao primeiro semestre de 2025, surge em contexto do aumento tarifário de Donald Trump.

11/07/2025 10:15

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Superávit comercial dos Estados Unidos com o Brasil aumenta em 500% e atinge US$ 1,7 bilhão
(Imagem de reprodução da internet).

No primeiro semestre de 2025, o superávit comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil atingiu US$ 1,7 bilhão, um aumento de cerca de 500% em comparação com o mesmo período de 2024. Esse resultado se deve à política tarifária do então presidente americano Donald Trump, iniciada em abril com o “Dia da Libertação”.

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Apesar do aumento de 7,7% no comércio bilateral no período, atingindo US$ 41,7 bilhões – o segundo maior valor da série histórica –, a pesquisa da Amcham Brasil identifica impactos cada vez mais evidentes de tarifas em setores estratégicos das exportações brasileiras.

As exportações brasileiras para os EUA totalizaram 20,0 bilhões de dólares no primeiro semestre de 2025, representando um crescimento de 4,4% em comparação com o mesmo período de 2024.

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De acordo com a Amcham, o desempenho apresentou-se superior à leve queda nas exportações brasileiras para o mundo (-0,6%) e em alguns dos principais parceiros como a China (queda de 7,5%) e a União Europeia (+2,6%). Dentre os cinco maiores destinos, apenas a Argentina (+55,4%) registrou crescimento acima dos Estados Unidos, como um reflexo da recuperação econômica do país vizinho.

Produtos industriais e derivados de petróleo constituem os principais itens brasileiros exportados para os Estados Unidos.

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Os dez principais produtos exportados para os Estados Unidos

Com a elevada participação, as exportações industriais totais para os EUA aumentaram 4,4%, de US$ 19,2 bilhões para US$ 20 bilhões. Esse resultado consolidou o país como principal destino da indústria brasileira, que subiu de US$ 14,7 para US$ 16 bilhões no período.

As importações brasileiras dos EUA somaram US$ 21,7 bilhões, um aumento significativo de 11,5% no período (ou US$ 2,2 bilhões a mais em relação ao mesmo período do ano anterior). O crescimento foi superior ao das compras totais pelo Brasil do mundo (+8,3%) e de parceiros como a União Europeia (+4,4%) e o Mercosul (-0,9%).

Os 10 principais produtos importados dos EUA.

O estudo revela que o aumento das importações brasileiras dos EUA superou o das importações mundiais (8,3%) durante o período. Essa elevação foi notável, sobretudo em produtos industriais, com um crescimento de 15,2%.

Impactos em setores

A Amcham aponta que, embora as exportações brasileiras tenham apresentado um desempenho positivo no primeiro semestre, setores estratégicos iniciaram uma retração nas vendas aos Estados Unidos devido às tarifas vigentes.

Entre os 10 produtos com maior queda nas exportações, oito deles estão sujeitos a aumentos tarifários, incluindo celulose (-14,9%), motores (-7,6%), máquinas e equipamentos (-23,6%), manufaturas de madeira (-14,0%) e autopeças (-5,6%).

Tarifas aplicadas ao comércio exterior com o Brasil.

Na última quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entrará em vigor a partir do dia 1º de agosto.

O republicano divulgou a notícia em carta direcionada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em sua rede social, Truth Social.

Trump afirma no documento que a cobrança, além de uma relação que considera injusta com o país, se refere à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A iniciativa tem causado grande preocupação no setor produtivo brasileiro, que tem solicitado negociações e cautela nas trocas com os Estados Unidos.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que, caso os Estados Unidos não queiram adquirir produtos brasileiros, o governo buscará outros compradores.

O presidente declarou que o comércio com os Estados Unidos não é fundamental para a sobrevivência do Brasil.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.