O delegado da PF, Ricardo Saadi, indicado para a presidência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), defendeu, nesta quarta-feira (25), que o órgão possua um plano de carreira e contasse com servidores próprios. Atualmente, o número de profissionais é inferior a 100, sendo a grande maioria cedida e afastada da função principal.
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Seria importante e necessário a criação de uma carreira ligada ao próprio Coaf, com analistas estáveis que ali trabalhassem a vida toda, e não que permanecessem por um tempo e depois se afastassem.
A partir do momento em que o Coaf tem melhores condições de receber, tratar, analisar e difundir os dados, ele irá disseminar informações muito mais concretas, objetivas e precisas para a polícia e o Ministério Público.
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No ano passado, o Coaf processou 7,5 milhões de informações. Saadi assumirá a direção do órgão a partir de 1º de julho.
A lacuna de servidores do Coaf é um componente do estudo “Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada”, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Esfera, e publicado nesta quarta-feira.
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A comparação com outras Unidades de Inteligência Financeira no mundo, o FinCEN, dos EUA, possui aproximadamente 300 funcionários, e dispõe de carreira estruturada, seleção específica e planos de desenvolvimento institucional autônomos.
A unidade de inteligência financeira francesa (Tracfin) possui aproximadamente 230 funcionários e a do Reino Unido (UKFIU), 150, apesar de serem países com dimensões bastante reduzidas.
O Coaf está formalmente ligado ao Banco Central e a experiência na repressão a crimes financeiros influenciou a decisão para o cargo de conselheiro. Saadi já atuou como conselheiro do próprio Coaf e, atualmente, é diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção na Polícia Federal.
Policiais acreditam que a atuação no Coaf representará uma chance de aprimorar o combate ao crime organizado, concentrando-se na descapitalização desses grupos.
A avaliação no governo é de que a atuação deverá ser estratégica diante do aumento do uso do sistema financeiro por organizações criminosas para a movimentação de recursos ilícitos.
Fonte por: CNN Brasil