O ritmo das mudanças digitais, sociais e econômicas tem exigido que as empresas repensem seus modelos de gestão. Estruturas inflexíveis, provenientes de épocas passadas, estão cedendo lugar a formas organizacionais mais dinâmicas, cooperativas e ajustáveis. Nesse cenário, o replanejamento estratégico – ou redesign organizacional – deixa de ser uma ação isolada e se torna um processo contínuo e fundamental para a competitividade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Conforme Ana Paula Vitelli, diretora executiva da consultoria BMI, o redesenho organizacional é uma reação imediata à dissonância entre a visão estratégica de uma empresa e sua força organizacional. “Cultura, competências, processos e estrutura devem seguir a mesma trajetória. Quando isso não acontece, o negócio perde eficiência e competitividade”, declara.
A especialista aponta cinco indicadores que sugerem a necessidade de revisão na arquitetura organizacional.
LEIA TAMBÉM!
Estratégia e estrutura estão desalinhadas.
Quando a operação falha, a estrutura deixa de ser suporte e se torna um obstáculo. Empresas que estabelecem novos objetivos, porém não modificam suas formas de organização e tomada de decisão, têm dificuldades para atingir resultados. “É preciso que a estrutura possibilite, e não bloqueie, a estratégia definida”, afirma Ana Paula.
A concorrência enfraqueceu.
A perda de agilidade frente a mudanças no mercado, ofertas pouco atrativas ou dificuldade em acompanhar os concorrentes são alertas. O mercado é dinâmico e a empresa precisa adaptar sua forma de operar para manter relevância. “A falta de reação pode indicar que a estrutura atual já não responde às exigências externas”, reforça a diretora.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Existem poucos níveis de envolvimento e pouca inovação.
Ambientes rígidos, com comunicação deficiente e baixa independência, tendem a provocar desmotivação e bloqueio criativo. A forma como as equipes são estruturadas, a maneira como as decisões são feitas e a circulação do conhecimento impactam diretamente a inovação. “É necessário criar condições para que o time se sinta parte integrante e possa apresentar soluções livremente”, afirma Ana Paula.
Os processos são lentos e ineficientes.
A revisão, a burocracia e os problemas constantes indicam que os processos não estão alinhados com os objetivos da organização. A estrutura pode estar mal planejada, desperdiçando tempo e recursos em atividades que não geram valor. “O redesign possibilita simplificar os fluxos, eliminar etapas redundantes e elevar a agilidade operacional”, declara a especialista, ressaltando que, conforme o estudo Design Mastery (2020), o CHRO deve desempenhar um papel ativo como arquiteto e mediador dessa transformação.
Dificuldade para atrair e manter profissionais qualificados.
Dificuldades na contratação e na retenção de profissionais qualificados também apontam para desalinhamento estrutural. Organizações com funções mal definidas, limitada autonomia e ausência de planos de desenvolvimento desmotivam talentos. “Um design organizacional claro, atualizado e consistente com os valores da empresa fortalece o vínculo com os colaboradores e atrai novos talentos”, afirma Ana Paula.
Reconfigurar a organização é menos uma opção e mais uma necessidade para quem busca manter o crescimento. Isso demanda liderança estratégica, escuta atenta e abertura para a mudança.
Fonte por: Carta Capital