STJ confirma prisão preventiva de funcionário próximo ao prefeito Marcelo Lima de São Bernardo do Campo

Paulo Iran supostamente organizou despesas pessoais do prefeito Marcelo Lima, de São Bernardo do Campo. Confira os detalhes no Poder360.

16/10/2025 18:05

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

STJ Mantém Prisão Preventiva de Ex-Funcionário da Alesp

A 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu manter o mandado de prisão preventiva contra Paulo Iran, ex-funcionário da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), nesta quinta-feira (16.out.2025). A Polícia Federal encontrou R$ 14 milhões em sua residência em julho, durante as investigações da Operação Estafeta. O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) havia solicitado sua detenção em 14 de agosto, e desde então, Iran está foragido.

As investigações indicam que Iran desempenha um papel central em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na prefeitura de São Bernardo do Campo. Segundo a Polícia Federal, ele era responsável por organizar e pagar despesas pessoais de um político local.

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Decisão do STJ e Afastamento do Prefeito

O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado em decorrência da operação, mas o STJ determinou seu retorno ao cargo em uma decisão proferida em 10 de outubro. A Corte considerou que o afastamento era desproporcional e poderia representar riscos às investigações em curso.

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No momento em que a operação foi deflagrada, em agosto, Iran era funcionário do gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL). Durante a busca em sua casa, os policiais encontraram comprovantes de pagamento de despesas pessoais do prefeito e de sua família, além de crachás de veículos que permitiam acesso à Prefeitura de São Bernardo do Campo. A PF também identificou indícios de pagamentos de propina em contratos municipais nas áreas de obras, saúde e manutenção.

Defesa de Paulo Iran e Decisão do Relator

O advogado Fernando Agrela Araneo, que defende Iran, questionou por que a PF não prendeu seu cliente em flagrante, optando por solicitar sua detenção 40 dias após a apreensão do dinheiro. A corporação justificou a medida com o risco de influenciar outros investigados e comprometer a investigação.

O advogado argumentou que, após a exoneração de Iran da Alesp, ele não representava mais risco. Ele afirmou que o ex-servidor estava em viagem a trabalho no dia em que o mandado foi expedido, e que isso não justificaria a manutenção da prisão. O relator do caso, ministro Reynaldo Soares da Fonseca, negou o pedido de habeas corpus, afirmando que Iran tinha a “liderança administrativa” na operação de corrupção, conforme apontado pela PF e pelo Ministério Público. Ele destacou que Iran não se apresentou e continua foragido, e a decisão foi unânime entre os colegas da Corte.

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.