Stellantis destaca etanol como diferencial do Brasil na transição energética na COP30

João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios para a América do Sul, destaca que a COP30 é uma chance para o Brasil exibir seu modelo de descar…

16/10/2025 16:47

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(Imagem de reprodução da internet).

Belém se torna palco da COP30 e do potencial brasileiro em sustentabilidade

Entre os dias 10 e 21 de novembro, Belém (PA) será o centro das atenções globais com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30). João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, acredita que o Brasil deve aproveitar essa oportunidade para se destacar como protagonista em um contexto econômico atual, ressaltando suas contribuições para um desenvolvimento de baixo carbono.

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Para Medeiros, a Stellantis, que abrange marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram e Abarth, possui credenciais sólidas para reivindicar essa posição. Ele afirma que “o etanol é o principal diferencial competitivo do Brasil para uma transição energética limpa e eficiente”, e participou do painel “Acelerando a Transição Justa: Soluções Energéticas e a Indústria do Futuro”, no CNN Talks COP30, realizado na quarta-feira (15).

O papel do etanol na descarbonização

Medeiros destacou que, embora o etanol tenha surgido como uma alternativa de segurança energética durante as crises do petróleo nos anos 1970, ele agora desempenha um papel estratégico na descarbonização dos automóveis, mesmo com o avanço da eletrificação. “O etanol surge como diferencial competitivo fundamental”, afirmou. “Ele é baixo carbono, renovável, e o CO₂ emitido na combustão é capturado pela plantação de cana-de-açúcar, que se regenera anualmente.”

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A principal vantagem do etanol no Brasil é a significativa frota de veículos que já utiliza biocombustível. Atualmente, cerca de 30% do combustível consumido por veículos leves e comerciais leves no país é etanol. “É como se tivéssemos 30% de veículos 100% elétricos rodando”, comparou. “Qual frota no mundo tem isso?”.

Brasil em posição única para liderar a transição

Esses dados colocam o Brasil em uma posição privilegiada para liderar a discussão global sobre uma transição equilibrada, levando em conta os aspectos ambiental, econômico e social. “Outros mercados dependem exclusivamente do carro 100% elétrico para descarbonizar. Uma frota de veículos leva de 15 a 20 anos para ser renovada. Aqui, com o etanol, podemos avançar de forma gradual, sem rupturas”, explicou o executivo.

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Em linha com essa visão, a Stellantis anunciou investimentos de 30 bilhões de reais no Brasil entre 2025 e 2030. O plano abrange o desenvolvimento e a produção local de tecnologias híbridas e elétricas, combinando motores a combustão com etanol. Os primeiros modelos com essa tecnologia incluem o Fiat Pulse e o Fiat Fastback, lançados no ano passado, além dos Peugeot 208 e 2008, lançados neste ano.

Expectativas e avanços regulatórios

A expectativa é que até 2030, metade dos veículos novos vendidos no Brasil tenha algum nível de eletrificação, variando de versões híbridas leves a mais avançadas. “O desafio é localizar a produção de motores elétricos, baterias e componentes eletrônicos no Brasil, gerando valor e tecnologia dentro do país”, comentou Medeiros.

O representante da montadora também ressaltou os avanços regulatórios que sustentam a estratégia brasileira de eficiência energética na mobilidade. Desde 2017, o Brasil tem implementado programas de metas de redução de emissões, como o Inovar-Auto e o Rota 2030, que atualmente está em vigor, além do futuro programa Mover, que começará em 2027. Esses programas resultaram em uma redução de 35% nas emissões de gás carbônico em dez anos e em um aumento da eficiência energética dos veículos leves e comerciais.

Para um país em desenvolvimento, essa redução é um grande feito. “Pode procurar para ver se vai encontrar algum outro caso parecido com o nosso. Não vai encontrar…”, enfatizou. Medeiros acredita que a COP30 representa uma oportunidade valiosa para compartilhar esses avanços com outras nações.

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.