Spektor afirma que Trump é “revolucionário” e que ele remodelou a política externa dos EUA
Matias Spektor, professor de Relações Internacionais da FGV, explica pivôs geopolíticos e a nova estratégia americana, que envolve a contenção da China …
O docente de Política e Relações Internacionais e vice-diretor da Escola de Relações Internacionais da FGV, Matias Spektor, considera o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcado por transformações significativas na política externa americana. Spektor o descreve como um presidente “revolucionário” e que “conseguiram avançar em diversas frentes”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A declaração foi feita durante sua participação no programa “WW Especial”, da CNN, que debateu se o cenário mundial atual está diante de um retorno da velha lei dos mais fortes.
De acordo com Spektor, uma das maiores realizações de Trump foi estabelecer um período em que a política externa dos Estados Unidos se concentrou em limitar a influência da China na Ásia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Essa retórica, atualmente predominante tanto na esquerda quanto na direita nos EUA, surgiu com o primeiro governo Trump e sua estratégia de segurança nacional de 2017, que o governo Obama havia tentado sem sucesso, ressaltou Spektor.
Outro ponto discutido pelo professor da FGV é a postura de Trump em relação à Rússia. Spektor afirma que Trump é o sujeito que argumenta que o papel da Rússia não é como aliada da China, e sim como aliada de contato dos Estados Unidos contra uma China em ascensão.
Leia também:
Trump faz discurso enfático, destaca realizações e critica inflação na nação
Trump afirma que Venezuela “roubou” petróleo dos EUA e gera polêmica sobre expropriações
Governo Trump Explora Retorno de Empresas Petrolíferas à Venezuela, Mas Setor Hesita
Essa atitude, na avaliação do professor, possibilitou a abertura de canais com Moscou após muitos anos em que o Ocidente não tinha comunicação com a capital russa.
O diálogo entre Washington e Moscou permaneceu obstruído, de forma semelhante ao que observamos recentemente no encontro do Alasca. Essa situação terá consequências de longo prazo nas relações internacionais.
Quanto ao Oriente Médio, Spektor aponta que a estratégia de Trump também foi marcante ao dar luz verde ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para avançar com seu projeto de “um grande Israel”.
Ao dar luz verde ao governo Netanyahu, Trump sinaliza sua disposição em ignorar a situação e formar aliança com os países do Golfo para desviar a atenção americana do Oriente Médio e se concentrar na tarefa central de lidar com a China, explicou.
Ele cometeu diversos erros, sendo um homem com muitas ideias equivocadas. Acredita que o mercantilismo é uma alternativa e que o protecionismo pode ser benéfico para os Estados Unidos, criticou.
Ademais, Spektor destaca que Trump resgatou a noção das esferas de influência. Ele explica que, mesmo quando os Estados Unidos acreditavam implicitamente que uma grande potência necessitava de um espaço geográfico onde é militarmente superior, os americanos “relutavam em declarar isso. O Trump não hesita e isso alterou o cenário por completo”, concluiu.
WW Especial
O programa, apresentado por William Waack, é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.
