SP: Transformação silenciosa revoluciona urbanização com moradia e mobilidade na capital paulista
Capital paulista visa ultrapassar 100 mil apartamentos para eliminar déficit habitacional; plano inclui construção de moradias no centro e perto do transporte p…
Transformação Silenciosa de São Paulo
São Paulo continua em constante movimento. A metrópole, que nunca dorme, tem passado por uma transformação silenciosa nos últimos anos. Desde 2014, a prefeitura implementa estratégias voltadas para o desenvolvimento da cidade, com metas estabelecidas até 2029.
Com o Plano Diretor Estratégico (PDE), a capital paulista orienta as ações de órgãos públicos e privados, visando um crescimento planejado que atenda às necessidades da população. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, era o prefeito que sancionou essa lei.
“Transformar a capital financeira do país em um centro de habitação e interesse social é possível. Uma cidade não funciona sem considerar a questão social”, afirmou Haddad à CNN Brasil.
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Foco na Moradia
O acesso à moradia sempre foi uma prioridade no PDE, e a construção de novos empreendimentos residenciais no centro de São Paulo reflete as mudanças na legislação.
Em 2021, foram erguidos 5,6 mil apartamentos na região central. Esse número quase triplicou em 2022 e continuou a crescer, superando a meta de 30 mil novas unidades habitacionais em 2024.
Atualmente, a nova meta é ultrapassar 100 mil apartamentos, conforme a proposta de diversas empresas no programa Pode Entrar, que visa reduzir o déficit habitacional da cidade.
Modelo de Desenvolvimento
Para viabilizar esse crescimento imobiliário, foi necessário um modelo de desenvolvimento impulsionado pelo setor privado. “São Paulo é um grande empreendimento público, privado e comunitário”, disse Haddad.
O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), criado em 2009, tem como objetivo facilitar o acesso à moradia, especialmente para famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, oferecendo condições especiais de financiamento.
Luiz França, presidente da Abrainc, destacou que o programa é fundamental para possibilitar a casa própria para famílias de baixa renda. “Isso proporciona mais oportunidades de educação e saúde, permitindo que essas pessoas se integrem à sociedade”, afirmou.
Aspectos Qualitativos da Transformação
A transformação de São Paulo não se limita à quantidade de novas residências. O aspecto qualitativo também é relevante. Os novos empreendimentos buscam atrair a população de volta ao centro ou a áreas com fácil acesso ao transporte público.
“A demanda por moradia próxima ao trabalho ou à escola é crescente, mas nem todos podem pagar por locais caros como a Faria Lima”, explicou França.
Essa busca por qualidade de vida está mudando a dinâmica da população e a mobilidade urbana. Com mais moradores em regiões centrais, há uma diminuição no uso de carros e um aumento na demanda por transporte público.
Novas Estratégias das Construtoras
Com a redução do uso de veículos, as construtoras estão mudando suas estratégias. A diminuição do número de vagas por apartamento tem permitido aumentar a quantidade de unidades e reduzir os preços.
Rafael Albuquerque, da MRV, comentou que a redução de vagas faz sentido, pois muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras para manter um carro e morar longe.
Direcionamento e Conforto
Otavio Zarvos, sócio-fundador da IdeaZarvos, sugere um direcionamento mais específico para cada bairro, atendendo às necessidades locais. “São Paulo é diversa e cada bairro tem suas particularidades”, destacou.
Apesar das diferenças, há uma busca comum por conforto nas novas moradias, que incluem janelas maiores, áreas ensolaradas e proximidade de escolas e comércio.
Verticalização e Normas Técnicas
A verticalização da cidade é evidente, com construções cada vez mais altas, um processo autorizado pelo PDE. Para atender às demandas urbanas, existem normas que garantem segurança e padronização nos projetos habitacionais.
Albuquerque ressaltou que a padronização é essencial para a habitação popular, embora algumas prefeituras ainda tenham regras próprias que dificultam esse processo.
Qualidade de Vida e Mobilidade
Com mais habitações e maior acessibilidade, a qualidade de vida, a mobilidade urbana e o acesso ao trabalho e a ambientes sociais também aumentam. Essa transformação silenciosa faz com que a cidade cresça junto com suas construções.
Haddad enfatizou que essa abordagem social deve ser integrada à cultura e à economia da cidade. França acrescentou que o setor imobiliário é um motor do PIB brasileiro, e o crescimento econômico impacta positivamente o setor.
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.