Na audiência pública da Câmara dos Deputados, o deputado Sôstenes Cavalcante (PL-RJ) liderou a defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. O parlamentar, autor do requerimento de urgência para a tramitação do projeto, reiterou que a proposta é prioridade absoluta para o Partido Liberal. O evento foi presidido por Hélio Lopes (PL-RJ) e contou com a presença de parlamentares conservadores, juristas, defensores públicos e familiares dos detidos. Em um discurso com críticas veementes e forte apelo emocional, Sôstenes ofereceu solidariedade às famílias dos presos e denunciou o que considerou “abusos e excessos” contra os detidos.
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Um dos episódios notáveis foi o do manifestante Clézio de Lima, conhecido como “Clezão”, que faleceu sob custódia. “Ninguém pode mensurar a dor da viúva e das filhas que não verão mais seu ente querido”, declarou o deputado, sendo aplaudido por parte do público. Outro caso citado foi o de um detido em Divinópolis (MG), que, mesmo autorizado pela Justiça a comparecer ao velório de um familiar, teria sido conduzido algemado nas mãos e nos pés, acompanhado por seis policiais. “Será que fariam isso com um traficante no Rio de Janeiro? Isso é desumano”, criticou Sósthenes.
O parlamentar também realizou uma avaliação sobre o desempenho do Judiciário e sua crescente influência sobre os outros Poderes. Admitiu que, em determinadas ocasiões, apoiou decisões que fortaleceram o poder do Supremo Tribunal Federal (STF), mas alertou para as consequências disso: “Nós contribuímos para a criação de um superpoder. E agora estamos enfrentando as consequências. A reconstrução da democracia será um processo demorado, porém essencial”.
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Sustenes ressaltou o trabalho de advogados voluntários que atuam na defesa dos detidos. “Se fôssemos pagar por esse serviço jurídico, estaríamos falando de milhões de reais. Que Deus retribua a cada um de vocês por esse esforço em prol da Justiça”, afirmou. O líder do PL foi enfático ao declarar que não pautará nenhuma outra matéria na Câmara dos Deputados enquanto o projeto de anistia não for levado à votação. “A anistia é o nosso foco principal. Queremos ver essas pessoas de volta aos seus lares. Esse é o compromisso do nosso partido”, assegurou.
Ao final da audiência, Sostenes também repudiou a narrativa de golpe atribuída às manifestações. “O Brasil não viveu um golpe. Houve uma manifestação que terminou em desordem, mas nossa história mostra que a direita sempre promoveu atos pacíficos. Essa é a nossa marca”, concluiu. A audiência pública foi marcada por falas emocionadas, aplausos e duras críticas ao STF.
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Fonte por: Jovem Pan