Reino Unido aprova novo plano que aloca 5% do Produto Interno Bruto para segurança nacional até 2035, em linha com a recomendação da Otan.
O governo do Reino Unido lançou, na terça-feira (24.jun.2025), sua Estratégia de Segurança Nacional de 2025. O documento, que redefine a abordagem do país em relação à segurança, considera o cenário global como caracterizado por “incerteza radical”. A íntegra (PDF – 12 MB, em inglês) está disponível.
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A nova política do primeiro-ministro Keir Starmer (Partido Trabalhista, centro-esquerda) inclui um compromisso histórico de alocar 5% do Produto Interno Bruto para a segurança nacional até 2035. A ação acompanha a definição desta segunda-feira da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de 5% como valor mínimo de gastos militares pelos seus membros.
A estratégia estrutura-se em três pilares interligados:
O pilar “Segurança em Casa” busca tornar o Reino Unido um alvo mais difícil para adversários, reforçando a defesa territorial, a segurança cibernética e a resiliência contra futuras ameaças, incluindo pandemias e “interrupções” na cadeia de suprimentos.
A “Força no Exterior” reforça a OT como a “pedra angular” da estratégia de segurança coletiva, buscando aprofundar alianças e desenvolver novas parcerias globais. O Reino Unido visa “reforçar a estabilidade e a segurança na área Euro-Atlântica como uma prioridade primordial”, com o apoio contínuo à Ucrânia sendo parte fundamental dessa abordagem.
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A estratégia demonstra uma transformação cultural no governo, enfatizando o fortalecimento e o refinamento da política de segurança nacional. O documento trata de ameaças como a invasão da Rússia à Ucrânia e a “atividade hostil iraniana no território britânico”, além do conflito entre Israel e Irã.
A estratégia também estabelece a integração da segurança econômica com a segurança nacional, argumentando que “a segurança econômica é um objetivo essencial da segurança nacional”. Isso implica em um maior investimento na base industrial de defesa do Reino Unido, incluindo a expansão da capacidade de produção de munições e o desenvolvimento de tecnologias de ponta, como inteligência artificial e computação quântica. O objetivo é reduzir a dependência e alcançar uma “vantagem assimétrica”, com iniciativas como a “Sovereign AI Unit” e o “AI Security Institute”.
A estratégia também enfatiza a importância de alianças e parcerias, priorizando o relacionamento com os Estados Unidos e a União Europeia, buscando maior “profundidade estratégica”. Além do eixo Euro-Atlântico, o Reino Unido busca fortalecer parcerias com “economias vibrantes e inovadoras” em outras regiões, como Canadá, países do Golfo, Índia, Indonésia, Cingapura, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
A estratégia conclui que os testes para o sucesso consistem em cumprir nossos objetivos primordiais: assegurar a proteção do povo britânico e de nossos interesses, tanto no território nacional quanto no cenário internacional; promover oportunidades para o povo britânico na busca de nossos interesses nacionais; e fortalecer e aumentar a competitividade do Reino Unido a longo prazo.
O governo solicita um esforço de toda a sociedade, com a união de setores como empresas, universidades e administrações municipais, para fortalecer o país e lidar com os desafios de uma “época de incerteza radical”.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.