SLC Agrícola Avalia Expansão de Parcerias com BTG Pactual para Investimentos em Irrigação

A SLC Agrícola, sob a liderança de Aurélio Pavinato, avalia expandir parcerias com o BTG Pactual, visando investimentos em irrigação e redução de dívidas

07/11/2025 14:35

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(Imagem de reprodução da internet).

SLC Agrícola Avalia Expansão de Parcerias com BTG Pactual

A SLC Agrícola, uma das principais produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, pode replicar um modelo de parceria recentemente anunciado com fundos do BTG Pactual, caso a estratégia que visa reduzir a necessidade de emissões de dívidas seja bem-sucedida.

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A declaração foi feita pelo CEO da empresa, Aurélio Pavinato, nesta sexta-feira.

Pavinato destacou que a possível replicação do modelo não será automática e dependerá de diversos fatores. Ele não forneceu detalhes sobre os parceiros envolvidos. “Novos acordos e a expansão desse modelo dependem do cenário e das oportunidades”, afirmou durante uma teleconferência de resultados com analistas.

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Acordo com BTG Pactual

O acordo com o BTG Pactual atende às expectativas atuais da SLC e de seus investidores. Os investimentos com os fundos do BTG Pactual envolverão cerca de R$1 bilhão, permitindo à companhia realizar investimentos, especialmente em irrigação. A SLC também irá subscrever capital nas sociedades criadas com os fundos, contribuindo com ativos, incluindo a Fazenda Piratini, localizada na Bahia.

Esse modelo de parceria foi estabelecido em um momento de altas taxas de juros, enquanto a SLC enfrenta uma alavancagem acima do nível ideal após aquisições significativas. Pavinato comentou que a replicação do modelo não é garantida, pois é necessário um encaixe de valor da terra para multiplicar esse acordo.

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Contudo, ele acrescentou que o sucesso da parceria pode abrir portas para a expansão do modelo.

Investimentos em Irrigação

Os recursos obtidos com a parceria ajudarão a SLC a investir em projetos de irrigação, que têm um custo estimado em R$25 mil por hectare. A empresa projeta aumentar a área plantada irrigada em 232% nos próximos anos, alcançando 53,18 mil hectares.

Pavinato explicou que a geração de receita com irrigação é significativamente maior do que com lavouras em sequeiro, o que compensa os investimentos e minimiza os riscos de quebra de safra devido à seca.

Perspectivas para a Safra Atual

Pavinato mencionou que o início do plantio em Mato Grosso para a safra 2025/26 foi favorável, mas algumas fazendas enfrentaram falta de chuvas em outubro. No entanto, ele acredita que o “conjunto da obra” em Mato Grosso está satisfatório e que a safra de soja pode alcançar níveis semelhantes aos do ano anterior, caso as chuvas sejam favoráveis em novembro e dezembro.

A SLC planeja antecipar o plantio de soja para possibilitar uma segunda safra de algodão a partir de janeiro, visando uma janela climática favorável. A empresa deve aumentar a área plantada de algodão em 11% em relação ao ano anterior, totalizando quase 200 mil hectares na temporada 2025/26, com cerca de 97 mil hectares destinados à segunda safra.

Apesar disso, Pavinato afirmou que o preço atual do algodão não incentiva o aumento da área plantada no Brasil, especialmente entre novos produtores. Durante a teleconferência, ele mencionou que a SLC deve “retirar o pé” em novos projetos de algodão, enquanto o CFO Ivo Brum destacou que a combinação de juros altos e preços baixos do algodão diminui os incentivos para a produção da pluma.

Além do Centro-Oeste, a SLC também atua no Nordeste.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.