Sistema Integrado Metropolitano de São Paulo enfrenta crise, com apenas 26,42% de capacidade. Governo alerta sobre consumo excessivo e medidas de conservação
O Sistema Integrado Metropolitano, que abrange sete mananciais e fornece água à Região Metropolitana de São Paulo, está operando com apenas 26,42% de sua capacidade de armazenamento. Este é o menor nível registrado nos últimos dez dias. Os reservatórios Alto Tietê e Cantareira, dois dos principais do estado, apresentam volumes próximos a 20% de sua capacidade total.
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O Cantareira, que é o maior produtor de água da região, utiliza 33 m³/s para abastecer 46% da população. Essa situação demanda “atenção permanente”, conforme indicado pelo governo estadual. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que mantém o sistema sob monitoramento contínuo, com reforço no bombeamento e apoio de caminhões-pipa em áreas críticas.
Em outubro, o Sistema Cantareira registrou o nível mais baixo dos últimos dez anos, operando com 24,2% do volume útil em 24 de outubro. As represas estavam se recuperando lentamente, alcançando 24,6% da capacidade em 8 de dezembro, mas com chuvas, o volume subiu para 27,3%.
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Contudo, na última semana, o volume útil começou a cair novamente.
Esse cenário é influenciado por dois fatores principais: uma onda de calor recorde e o aumento do consumo de água, que chegou a até 60% em algumas áreas. Entre 14 e 20 de dezembro, a Sabesp produzia 66 mil litros de água por segundo para atender 21 milhões de habitantes.
Em 24 de dezembro, esse volume aumentou para 72 mil litros por segundo, mesmo com uma redução estimada de 30% da população devido às férias de fim de ano.
Devido ao aumento do consumo, o governo de São Paulo emitiu alertas à população sobre a importância da economia de água. As previsões meteorológicas indicam que as chuvas em janeiro devem ficar abaixo da média, e mesmo quando ocorrerem, podem não ser suficientes para reverter a situação atual.
Desde agosto, o governo, em parceria com a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), implementou a redução da pressão noturna da água na região metropolitana para preservar os mananciais. A gestão da demanda no período noturno foi autorizada, com duração de 10 horas, das 19h às 5h.
O sistema de abastecimento de água opera de forma integrada, conectando grandes e pequenos mananciais, adutoras e estações de tratamento. Essa integração permite a transferência de água entre os sistemas, minimizando os riscos de desabastecimento.
No entanto, a pressão sobre um sistema pode impactar todo o conjunto.
Nos últimos anos, diversas obras foram realizadas para reduzir o risco de desabastecimento, como a transposição Jaguari-Atibainha, que possibilita a transferência de água da bacia do Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira. Outra importante obra é a conclusão do Sistema São Lourenço, que capta água da represa Cachoeira do França, localizada a 70 quilômetros da capital, beneficiando cerca de 2 milhões de usuários em oito municípios.
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.