Sindicatos e movimentos protestam contra abertura da Cedae no Rio

Manifestações em massa seguem para o Palácio Guanabara nesta quinta-feira (9), com forte mobilização popular.

08/10/2025 12:05

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Manifestação Contra a Abertura de Capital da Cedae

Trabalhadores da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e diversos movimentos sociais se mobilizam nesta quinta-feira (9) para protestar contra a abertura de capital da empresa. A ação visa impedir a privatização da companhia, que completou 50 anos e registrou um lucro recorde de R$ 1 bilhão em 2024.

O contrato de R$ 18,75 milhões prevê ainda 5% sobre o valor captado em operações privadas, caso sejam concretizadas. A manifestação é organizada por sindicatos de saneamento, como o Sintsama-RJ, Staecnon, Sindágua, Senge e Sinaerj, além do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Rede Vigilância Popular.

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Risco para a Segurança Hídrica

Pesquisadores alertam que as concessões de saneamento de 2021 causaram um caos no abastecimento do Rio de Janeiro, com aumento de tarifas, falta d’água e rompimento de adutoras. A Cedae continua operando em alguns municípios, mantendo a “produção de água”, etapa crucial para a segurança hídrica.

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Reação Política

Na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputados buscam acompanhar o processo de venda da Cedae, com a criação de uma comissão especial e a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A deputada Marina do MST (PT) também defende a criação da CPI.

“A primeira privatização já mostrou a quem realmente serviu: tarifas mais caras, falhas no abastecimento, demissões e um uso político do dinheiro público. Agora, o governador Cláudio Castro quer dar mais um passo nesse caminho”, escreveu Marina nas redes sociais.

Manifesto e Paralisação

Será divulgado um manifesto em defesa da água, da moradia popular e dos serviços públicos, contra o “projeto de liquidação” do governador Cláudio Castro. Os movimentos afirmam que a privatização do que restou da Cedae pública representa a apropriação privada de um bem essencial à vida.

Os trabalhadores da Cedae aprovaram por unanimidade uma paralisação de 24 horas contra a abertura de capital, em apoio aos movimentos sociais na passeata contra o desmonte.

Conclusão

A mobilização busca impedir a privatização da Cedae, defendendo o acesso à água como um direito humano fundamental e contra o desmonte do Estado do Rio de Janeiro.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.