Shein enfrenta resistência: empresa francesa quer impedir expansão de lojas físicas na França

Grupo de fast fashion enfrenta resistência de setor francês e pressão de federações contra ultrafast fashion em planos de expansão.

02/10/2025 12:08

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Shein Aterrissa na França com Loja Física em Paris

A gigante de fast fashion Shein fez um movimento ousado ao escolher Paris para dar o primeiro passo em seu modelo de varejo global: a abertura de sua primeira loja física permanente no mundo. A decisão da empresa chinesa de ocupar espaços emblemáticos da moda francesa gerou um conflito direto com a Galeries Lafayette, uma centenária galeria de lojas francesa, e acendeu um novo alerta entre federações e marcas locais.

A ofensiva física será realizada em parceria com a Société des Grands Magasins (SGM), empresa francesa que opera imóveis comerciais e administra lojas afiliadas da Galeries Lafayette. A estreia está prevista para novembro, com a primeira loja localizada no sexto andar do BHV Marais, no coração de Paris, seguida por unidades em cinco cidades do interior – Angers, Dijon, Grenoble, Limoges e Reims.

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Conflito e Reações na França

O anúncio, feito durante a Paris Fashion Week, provocou uma reação imediata. A Galeries Lafayette, dona da marca e controladora de parte das operações da rede, se manifestou contra o projeto, alegando que o acordo fere os contratos de afiliação e contradiz os valores da marca. A empresa informou ao grupo SGM e ao seu presidente, Frédéric Merlin, que não permitirá a execução do projeto.

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Apesar da ameaça de bloqueio, a Shein e a SGM defendem o projeto como parte de uma estratégia de revitalização urbana. A aliança representa um compromisso com a restauração dos grandes magazines e com a criação de 200 empregos diretos e indiretos na França. Para a SGM, o acordo ajuda a atrair um público mais jovem e adaptar a oferta às preferências locais.

Desafios e Controvérsias

A escolha da França como “laboratório” físico da marca não foi por acaso. “É natural que essa jornada comece em Paris, no BHV, o berço do varejo moderno, antes de se expandir para outras cidades”, afirmou Donald Tang, presidente executivo da Shein, à agência de notícias AFP.

O plano da Shein ocorre em meio a uma ofensiva regulatória contra o modelo de ultrafast fashion na Europa. A França aprovou neste ano uma lei que prevê restrições à publicidade, sanções financeiras e exigências mais rígidas de rastreabilidade para empresas do setor. Além disso, Shein e Temu estão sob investigação por usarem brechas legais que permitem importar pacotes pequenos sem impostos – prática que é vista como uma vantagem competitiva injusta pelas marcas locais.

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.