Seu filho está utilizando inteligência artificial nas atividades escolares? Descubra como auxiliá-lo
Uma pesquisa indica que 26% dos adolescentes nos EUA utilizam o ChatGPT para atividades escolares.

Se o seu filho frequenta a escola, há uma alta probabilidade de que ele utilize inteligência artificial para realizar as atividades escolares.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nos Estados Unidos, 26% dos adolescentes entre 13 e 17 anos relataram ter utilizado ChatGPT para atividades escolares, conforme dados do Pew Research Center em 2024. Os chatbots de inteligência artificial ganharam maior popularidade desde então, e a porcentagem pode ser superior atualmente.
Como professora, tenho uma denominação para quando os alunos solicitam aos chatbots a elaboração de seus trabalhos: essa é a questão da cola. Ademais, isso os impede de aproveitar uma oportunidade de aprendizado.
Leia também:

Google lança o Pixel 10, seu mais recente smartphone dobrável

Google Fotos apresenta IA para editar imagens por meio de comandos de voz e texto

Novo estudo aponta que planeta próximo à Terra está diminuindo de tamanho
Infelizmente, é fácil para as crianças escaparem fazendo isso porque as ferramentas para detectar conteúdo gerado por IA não são confiáveis. Assim, quando os educadores corrigem trabalhos, nem sempre podemos determinar se foi utilizada IA ou não.
É tão importante que os pais conversem com seus filhos sobre quando eles devem e não devem usar IA neste ano letivo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“É importante que eles utilizem a IA como uma ferramenta de aprendizado e não como uma forma de atalho”, afirmou Robbie Torney, diretor sênior de programas de IA na Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos que promove opções de mídia saudáveis para crianças.
Primeiramente, converse com as crianças sobre o motivo pelo qual seu objetivo deve ser “aprender e crescer”, afirmou Torney. Se a IA realizar o trabalho por elas, isso “desonta essa oportunidade”.
Contudo, a IA pode, realmente, auxiliá-los no aprendizado. Torney propôs utilizá-la como um tutor. “Pode ser excelente para explicar ideias complexas ou ajudá-los a superar obstáculos, mas o raciocínio e o esforço devem ser seus”, afirmou ele.
A IA pode auxiliar na criação de ideias, afirmou Torney, porém os alunos devem realizar o pensamento e a escrita de forma independente.
É importante explicar por que essas regras são importantes. “Nosso cérebro é como um músculo”, disse Torney. “As crianças não aprenderão habilidades a menos que as pratiquem”.
É recomendável estabelecer esses limites antes que as crianças utilizem a IA, afirmou Torney, e também é preciso “verificar regularmente” para assegurar que as ferramentas de IA não estejam prejudicando seu processo de aprendizagem.
Não confie em tudo o que a inteligência artificial afirma.
Chatbots afirmam informações falsas. Esse fenômeno é conhecido como alucinação e ocorre constantemente.
Em outras ocasiões, os chatbots não atualizam suas informações. Por exemplo, recentemente meus alunos submeteram trabalhos sobre (o que mais?) IA. Vários deles eram estranhamente similares, o que sempre acende um alerta em minha mente de que a IA poderia tê-los gerado. Nesse caso, vários alunos afirmaram falsamente que não existe legislação federal para ajudar vítimas de deepfakes de nudez — mesmo que o Take It Down Act tenha se tornado lei em maio.
Assim, é crucial não considerar as respostas da IA como verdades incontestáveis, mas orientar as crianças a verificarem as informações que recebem. Uma forma de realizar isso, afirmou Torney, é analisar materiais escolares – como aqueles sobre fotossíntese – e confrontar esses dados com as respostas fornecidas pelos chatbots sobre o mesmo tema.
É ótimo realizar essa experiência em conjunto. E os pais não devem se sentir intimidados em fazê-la por não compreenderem totalmente como a IA funciona. A maioria das pessoas não entende.
“Não é necessário ser um especialista em IA para auxiliar seus filhos no uso da IA com discernimento, e o envolvimento, por meio de perguntas e exploração conjunta, pode capacitá-los com as competências necessárias para o futuro”, afirmou Torney.
Isso é relevante, seja concordando ou não, pois os chatbots tendem a permanecer. “O acesso a informações por meio de interfaces de IA se tornará cada vez mais comum para as crianças”, afirmou Torney, “da mesma forma que o acesso a informações online já se tornou comum para elas”.
A inteligência artificial pode auxiliar nos estudos, porém não na esfera pessoal.
É importante também ensinar às crianças que elas não devem obter conselhos pessoais de chatbots e compartilhar informações privadas com eles.
É fácil para as crianças esquecerem que os chatbots de IA são tecnologia, afirmou Torney. “Sabemos que crianças mais jovens frequentemente não conseguem distinguir entre fantasia e realidade, tornando-as mais propensas a pensar que a IA é uma pessoa real ou um amigo”, disse ele.
Uma questão relevante é que os chatbots, que são treinados para realizar conversas românticas, possam se envolver em diálogos sexuais com crianças. Além disso, eles podem fornecer orientações erradas, estimular ideias nocivas ou até mesmo substituir interações com outras pessoas.
Assim, é uma boa ideia lembrar às crianças que a IA não é humana. Se um chatbot der uma resposta que possa fazer parecer que não é, Torney disse que os pais podem dizer algo como: “Você notou como a IA disse “Eu gosto da sua ideia”? Isso é apenas programação. A IA não pensa nada sobre sua ideia.”
As crianças também podem divulgar acidentalmente informações privadas por meio de chatbots, alertou Torney.
Se uma criança enviar uma foto de sua casa e o sistema a utilizar como parte de um conjunto de treinamento, ela poderá ser mostrada a outros usuários, ele explicou. Portanto, é importante conversar sobre o motivo pelo qual elas nunca devem compartilhar informações pessoais com ferramentas de IA.
Finalmente, defina normas familiares claras sobre o uso de chatbots. Considere permitir que as crianças utilizem esses programas na sala de estar, mas não nos quartos onde não há supervisão, afirmou Torney. Além disso, sugere-se estabelecer horários sem tecnologia – como durante as refeições e antes de dormir – quando ninguém estiver utilizando dispositivos eletrônicos.
Seus filhos provavelmente tentarão usar a IA para auxiliar nas tarefas escolares — se já não o fizeram. Os chatbots se tornaram tão comuns que saber como utilizá-los é uma habilidade essencial para as crianças.
Portanto, é preciso instruir as crianças a utilizarem a IA como ferramenta de aprendizado, e não para substituí-las no trabalho, além de incentivá-las a questionar as informações fornecidas pelos chatbots. Uma forma de realizar isso é através do uso conjunto de chatbots.
As crianças também precisam entender que não devem buscar orientações em plataformas de IA. Embora pareçam ser humanas, não são reais — mas as consequências de permitir que a IA interfira em seu aprendizado são significativas.
O Brasil se destaca entre os países que mais empregam inteligência artificial.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação Clique Fatos
Aqui no Clique Fatos, nossas notícias são escritas com a ajudinha de uma inteligência artificial super fofa! 🤖💖 Nós nos esforçamos para trazer informações legais e confiáveis, mas sempre vale a pena dar uma conferida em outras fontes também, tá? Obrigado por visitar a gente você é 10/10! 😊 Com carinho, Equipe Clique Fatos📰 (P.S.: Se encontrar algo estranho, pode nos avisar! Adoramos feedbacks fofinhos! 💌)